"Inovação Pedagógica: os enredos de uma política"

Educação e Psicologia
"Inovação Pedagógica: os enredos de uma política"
Quinta-feira, 20 de Abril de 2023 in Público online

Artigo de opinião por José Matias Alves, docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica. 
Os Planos que estão em curso estão, de facto, a inovar de modo sistémico e ecológico e a criar melhores oportunidades de aprendizagem? Professor da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa.
Há largas dezenas de unidades orgânicas, leia-se escolas/agrupamentos de escolas que no ano letivo 2022/23, supostamente, estão a desenvolver Planos de Inovação Pedagógica que conceberam e foram validados pela Direção-Geral de Educação. Estes planos parecem estar reféns de uma ideologia curriculista e presentista (e da regulamentação de uma portaria pré-pandémica) que pouco terão aprendido com as práticas do ensino a distância e da aprendizagem em todos os lugares e de diversos modos. Se esta suposição tiver alguma verdade, os horizontes de possibilidade de reinvenção da gramática escolar e a imperativa personalização do ensino e o incremento de uma maior liberdade de aprender poderão estar a ser prejudicados.
Como se refere no Call for papers da Revista Portuguesa de Investigação Educacional:
“No campo escolar, após o acesso forçado de professores, alunos e famílias ao 'ensino à distância' e ao e-learning e tendo em conta o crescente e generalizado uso de dispositivos eletrónicos móveis por parte das crianças, muitos sonharam com uma oportunidade única de enriquecimento da educação, tornando-a um bem acessível a todos e promotor da realização humana de cada um (Alves & Cabral, 2020).”

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