Doutoranda recebe Bolsa Fulbright para investigar na área da regeneração de tecidos

Anabela Veiga, estudante do Doutoramento em Biotecnologia da Escola Superior de Biotecnologia (ESB), recebeu uma Bolsa Fulbright que lhe permitirá desenvolver parte da sua investigação de doutoramento nos Estados Unidos da América, de fevereiro a agosto de 2023. Será do outro lado do Atlântico que a estudante irá continuar a desenvolver o seu trabalho na área da regeneração de tecidos e de onde espera trazer muitas competências e conhecimentos que possam, também, enriquecer a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a sua equipa de investigação: “Aqui lutamos todos por uma melhoria e uma aprendizagem contínua.”

O que é que representa para si a atribuição de uma Bolsa Fulbright?

Anabela Veiga (AV): É uma oportunidade que me vai permitir pertencer a uma comunidade prestigiada e global, que defende os mesmos valores com os quais me identifico: igualdade de género, de oportunidade, colaboração e interajuda, desenvolvimento de trabalho inovador e com significado na comunidade. Para além disso, vou desenvolver trabalho com recurso a tecnologias state of the art (co-cultura de materiais 3D à base de uma proteína natural da seda, em bioreatores de forma a obter uma estrutura totalmente funcional – redes vasculares e neuronais) e terei acompanhamento de especialistas na área, o que vai enriquecer muito o meu projeto e o meu conhecimento em geral.

O que é que espera desta experiência nos Estados Unidos da América?

AV: Conto adquirir muitos conhecimentos de cultura celular, co-cultura e utilização de bioreatores, assim como medidas de quality assurance, gestão e organização de trabalho. Conto trazer de volta todas as competências e conhecimentos para a ESB para toda a equipa de investigação poderem tirar partido. Farei tal como todos os meus colegas fazem quando têm a oportunidade de integrar uma equipa e um laboratório de investigação diferentes. Lutamos todos por uma melhoria e uma aprendizagem contínua.

Qual o maior desafio que antevê?

AV: Provavelmente a integração cultural. Na Europa, encontramos pessoas com uma cultura, um estilo de vida e um comportamento mais semelhante ao nosso aqui em Portugal. Durante a minha estadia em Madrid, onde tive a oportunidade de trabalhar durante mais de meio ano com o apoio da bolsa ERASMUS + da ESB, acho que tive a melhor experiência possível, porque toda a equipa se mostrava pronta para me ajudar, trocar ideias e contribuir para o meu trabalho. Tenho consciência que, nos EUA, as pessoas talvez estejam mais focadas nas suas próprias tarefas e apresentem, eventualmente, deadlines que possam impor mais pressão e stress. De qualquer forma, é tudo uma questão de adaptação e resiliência.

Qual é o tema do seu projeto de investigação de doutoramento?

AV: O meu Doutoramento em Biotecnologia está a ser desenvolvido sob a orientação da Professora Doutora Ana Leite Oliveira e o tema é “Biofabrication of an innovative silk-based 3D construct as a new strategy for engineering skin tissue”. O meu projeto conta com a colaboração do Laboratory for Process Engineering, Environment, Biotechnology and Energy da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, do Instituto de Ciencia y Tecnología de Polímeros, em Madrid, e da Trufs University, concretamente o Departamento de Engenharia Biomédica do Tissue Engineering Resource Center - TERC, nos EUA, para onde vou no início do próximo ano com o apoio da bolsa Fulbright.

Porquê a sua escolha de vir estudar para a Escola Superior de Biotecnologia?

AV: Eu queria trabalhar na área dos biomateriais e o Centro de Biotecnologia e Química Fina tem uma equipa multidisciplinar que tem como foco desenvolver produtos sustentáveis e de valor para a indústria. Para além disso, o grupo de Biobased and Biomedical Products tem know how em proteínas da seda, em desenvolvimento e otimização de materiais para a regeneração da pele e um laboratório de cultura celular completamente equipado. Também mantive sempre o contacto com a Professora Ana Leite Oliveira, que sempre me motivou, acreditou no meu potencial e que me deu liberdade e ajuda para ser criativa e inovadora no meu trabalho.

O que é que a motiva?

AV: Considero-me uma pessoa naturalmente motivada para trabalhar e aprender. Gosto de me desafiar, pois é uma das formas que me leva a crescer profissionalmente e pessoalmente. Consigo adaptar-me a diferentes ambientes de trabalho, com diferentes pessoas e gosto muito de trabalhar em grupo e de ajudar os meus colegas.

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03-10-2022