Estudantes da Católica no Porto dão formação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Unidade de Desenvolvimento Integral da Pessoa da Católica no Porto (UDIP), através do projeto CAtólica SOlidária (CASO), promoveu ao longo do semestre uma atividade extracurricular com o tema “Educar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. Esta iniciativa responde ao desafio da institucionalização da metodologia Aprendizagem-Serviço, lançado a nível nacional pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), através do projeto CApS – Universidade Católica e Aprendizagem-Serviço: Inovação e Responsabilidade Social. Nesta metodologia são valorizadas a participação ativa dos estudantes e dos membros da comunidade e a reflexão sobre a experiência vivida.

No âmbito desta unidade extracurricular, cerca de 15 alunos de diferentes Unidades Académicas da Católica no Porto receberam formação sobre o tema e sobre a pedagogia dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com o objetivo de criarem momentos formativos para que os próprios possam divulgar e consciencializar os outros sobre esta temática.

Nas últimas semanas, os estudantes, que aderiram à experiência de forma voluntária, têm dinamizado formações com diferentes públicos-alvo: escolas secundárias, estudantes e voluntários das Universidades Católicas de Angola e Pernambuco e ainda alunos da UCP. As 15 sessões promovidas correspondem a um total de cerca de 25 horas de formação sobre os ODS e o seu impacto na sociedade. 

Desafiamos dois alunos a partilharem as suas experiências nesta iniciativa. São dois testemunhos – da Ema Aires e do Gonçalo Morais – que reforçam a cada vez maior importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos dias de hoje.

 

Ema Aires, aluna da Escola Superior de Biotecnologia
Qual foi a sua principal motivação para aceitar o desafio de participar nesta atividade? Sempre tive muita vontade de participar em projetos sociais e, recentemente, surgiu-me a vontade de querer ter algum impacto naquilo que é a educação em Portugal. Todos conhecemos o tema dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, mas, infelizmente, é um tema que por vezes cai em esquecimento pelos jovens. É um tema que é falado, mas muitas vezes não é cumprido. Daí a urgência de falarmos sobre ele. Ao ver este projeto, vi a oportunidade ideal de conseguir formar os mais jovens e participar na sua educação para um tema tão urgente.
Qual tem sido o maior desafio nas formações que têm promovido? Até hoje, já realizei 2 formações. Tanto numa formação como na outra, os alunos estavam extremamente interessados nos assuntos abordados. Por razões e experiências de vida completamente diferentes, ambos queriam participar bastante e as formações começaram a ser uma conversa entre jovens em vez de ser uma formação formal. E aí entra o maior desafio, que acabou por ser a maior aprendizagem, conseguir ouvir com atenção cada um dos formandos e perceber que cada experiência de vida faz com que deem prioridade a objetivos completamente diferentes.

De que forma é que esta atividade extracurricular pode ajudar no seu desenvolvimento profissional e pessoal? Antes demais, tem sido uma atividade extracurricular onde tenho aprendido bastante com as pessoas com quem me cruzei, devido às conversas e ideias inovadoras que cada um tem. Para além do conhecimento que isso me traz, ajuda-me bastante com aquilo que é a criação de uma formação, aprendendo a perceber como se deve formular uma formação para diferentes públicos-alvo. Também, promove bastante aquilo que são as minhas competências profissionais como, por exemplo, a capacidade de comunicação e obriga-nos a ter uma visão global daquilo que são os compromissos e objetivos de interesse para Portugal que são completamente diferentes dos compromissos de Angola. 

 

Gonçalo Morais, aluno da Católica Porto Business School
Qual foi a sua principal motivação para aceitar o desafio de participar nesta atividade? Penso que a minha principal motivação foi, acima de tudo, não saber muito sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e querer aprender mais, dado saber a importância que estes têm para a sociedade e para o mundo. O facto de esta iniciativa estar a ser dinamizada pela UDIP, que acolhe sempre projetos interessantes, ajudou-me na tomada de decisão. De facto, mesmo não tendo compreendido logo o que íamos fazer, achei muito interessante haver uma componente de formação a colegas meus no final do projeto, algo que nunca tinha feito e gostava de experimentar.
Qual tem sido o maior desafio nas formações? Acho que o maior desafio, a par com as sessões de aprendizagem em grupo que exigem um esforço, é efetivamente preparar as formações para dinamizar com os nossos colegas. Aí devo dizer que se não fossem as minhas colegas não sei o que teria feito. A discussão dos ODS a abordar e como o faríamos foi interessante, pois cada um de nós tem as suas expectativas e vontades, e os momentos de “negociação” foram engraçados para nos conhecermos melhor e vermos como cada um de nós pensa. Ainda assim, garantir que conseguíamos ter momentos de aprendizagens dinâmicos e não aborrecidos foi, a meu ver, a parte mais interessante desta atividade.
De que forma é que acha que esta atividade extracurricular pode ajudar no seu desenvolvimento profissional e pessoal? Conhecer pessoas novas que têm alguns interesses em comum com os meus e que se não fosse este projeto não teria oportunidade de conhecer e aprender mais sobre um tema que conhecia menos bem, mas que achava interessante e que é relevante conhecer nos dias de hoje. Além disso, sendo a minha formação bastante orientada para o mundo empresarial, creio que ter a oportunidade de trabalhar as competências de responsabilidade social e crescimento inclusivo, bem como todos os ODS aplicados à área da economia, dá-me uma visão mais integrada do mundo e como todos devemos ter/ ser uma voz ativa neste.

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02-06-2021