Filipa Moreira Ribeiro: “A Católica marca profundamente a minha vida.”

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Filipa Moreira Ribeiro é licenciada em Economia pela Católica Porto Business School e é Deals Tax Director na PwC. Nesta entrevista fala-nos da sua ligação muito próxima à Universidade Católica, dando aulas e participando em diferentes iniciativas desde que terminou o curso em 2007. O grande desafio da sua profissão? “Ajudar os clientes na tomada das suas decisões de investimento, tendo em consideração todos os aspetos relevantes!” A prioridade da sua vida? “Equilíbrio: ter filhos felizes, uma família unida e uma carreira profissional que me preencha.”

 

É licenciada em Economia pela Católica Porto Business School. Porquê Economia?

Em minha casa, e mesmo na minha família, todos estão ligados aos números - economia, auditoria, gestão, matemática. Quando fiz os testes psicotécnicos tive resultados muito abrangentes e, por isso, a Economia não surgiu logo desde o início e até fiz o secundário na área de Ciências. Mas não consegui escapar à tendência da minha família (risos).

 

De que forma é que a Católica marcou a sua vida?

A Católica marca profundamente a minha vida. Ainda hoje mantenho uma relação muito próxima. Depois de ter feito a licenciatura fiquei muito ligada por diferentes motivos – aos 25 anos comecei a dar aulas de fiscalidade para as Organizações de Economia Social, no âmbito da Área Transversal de Economia Social, que até deu origem ao lançamento de um livro em 2013; estive na criação do curso executivo em fiscalidade e do curso executivo em Mergers and Acquisitions, que juntava a Católica Porto Business School e a PwC; fui responsável pela parceria entre a PwC e a Católica Porto Business School nas Conferências anuais do Orçamento do Estado que tem mais de 10 anos; fiz parte da comissão de alumni; fui (e sou) oradora em diversas conferências, entre outras coisas. Mantenho, atualmente, uma relação próxima com muitos professores e acredito que isso acontece porque na Católica há um foco no aluno muito grande. Interessam-se por nós, não somos apenas um número. Sinto, verdadeiramente, que faço parte da Católica.

 

Trabalha na PwC há 17 anos. Atualmente, assume a função de Deals Tax Director.

Entro para a PwC em 2007, praticamente depois de me licenciar. É uma oportunidade que surge de uma forma um bocadinho imprevisível, uma vez que me estava a preparar para ir fazer o mestrado lá fora. Acabei por escolher ficar na PwC, na altura comecei em corporate tax, fazia assessoria fiscal a grandes grupos e dava suporte às equipas de auditoria nos temas fiscais. Hoje em dia, como Deals Tax Director, trabalho toda a parte fiscal ligada às transações (modelling, structuring, due diligence, acordos de compra e venda, etc). A minha equipa tem 17 pessoas e somos responsáveis por Portugal, Cabo Verde, Angola e Moçambique.

 

É um trabalho que exige uma compreensão abrangente dos diferentes negócios e setores de atividade?

Compreender os negócios é uma necessidade. Trabalho com setores muito variados e preciso de estar preparada para isso mesmo. Posso estar com dez projetos em simultâneo e serem todos de áreas de negócio diferentes – farmacêutica, construção, saúde, alimentar … No meu trabalho não há espaço para a monotonia, porque todos os projetos são únicos e diferentes. E não me posso apenas focar na dimensão fiscal, a parte financeira e legal têm que ser acompanhadas e compreendidas para o output final ser de valor acrescentado para o cliente.

 

Ao longo da sua vida foi privilegiando a formação. Tem colecionadas diferentes formações nas áreas de Fusões e Aquisições, Gestão, Liderança... A formação ao longo da vida é importante?

Não é só ser importante … É fundamental! Se nos fecharmos na nossa pequena realidade e naquilo que já conhecemos, não evoluímos. É preciso apostar em formação e em conhecimento novo. Sempre privilegiei a formação no meu percurso e sempre dediquei tempo a ler e a querer perceber o que é que se passa em diferentes áreas.

 

Um conselho para quem está agora a começar a carreira?

O início da carreira é uma altura muito propícia a uma grande capacidade de absorver conhecimentos e de apreender conceitos. É uma fase em que estamos, especialmente, despertos. É uma altura em que vale mesmo a pena dedicarmo-nos ao máximo, entregarmo-nos verdadeiramente, ainda que isso possa significar fazer alguns sacrifícios. Garanto-vos que isso traz vantagem no futuro.

 

O que é que a fascina no seu trabalho?

Basicamente, eu transformo a lei fiscal em números para que os clientes possam perceber e tomar as suas decisões.  Eu tenho de ser capaz de num ou dois slides explicar ao cliente o mais relevante.

 

Como é liderar uma equipa?

A formação que fui fazendo ao longo do meu percurso ajudou-me imenso. Mas, também, é determinante a maturidade que vai crescendo em nós e até, no meu caso, o ter sido mãe. Começamos a ver o mundo de outra maneira, começamos a perceber que não temos de ganhar todas as batalhas, apenas a guerra. Não fazer aos outros aquilo que não gostei (gosto) que me fizessem (fizeram) a mim é um lema que sigo e que me é muito útil nas tomadas de decisão e na gestão da equipa. É importante um olhar atento e próximo das pessoas, temos de nos saber adaptar ao outro. A minha realidade e as minhas motivações são diferentes das do outro.

 

Viagem de Sonho?

Japão e Austrália. Mais perto era impossível (risos).

 

Livro que está agora a ler?

As 4 verdades, Don Miguel Ruiz.

 

Uma prioridade?

A minha prioridade hoje é muito clara. Equilíbrio: ter filhos felizes, uma família unida e uma carreira profissional que me preencha. Quero evoluir como pessoa, profissional e mãe, sempre!

 

 

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20-03-2025