Pedro Nazareth: “Na Católica, pude aprender num contexto verdadeiramente empresarial.”
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Pedro Nazareth é natural do Porto, tem 32 anos e é licenciado em Economia pela Católica Porto Business School. Com um mestrado em Finanças pela Imperial College Business School, trabalha, atualmente, no Goldman Sachs e vive em Londres. O seu percurso profissional passou pela Delloite, pela PwC e pelo Banco Carregosa. Trabalha na área de banca privada, numa equipa que faz estratégias de investimento para clientes. Londres? “É uma cidade incrível e tem uma dinâmica única.”
Porquê estudar Economia?
Desde pequenino que sempre gostei muito de matemática, sempre tive muita curiosidade pelos investimentos. Estava na primária e já dizia que queria trabalhar na bolsa (risos). Sempre foi claro para mim que queria seguir a área da Economia e das Finanças. Ainda houve uma altura onde a Engenharia também esteve em cima da mesa, mas rapidamente percebi que o meu mundo era o dos mercados financeiros.
E porquê escolher a Católica para estudar?
Informei-me sobre as opções para estudar Economia no Porto e escolhi a Católica porque oferece uma ligação muito forte com as empresas e com o mercado de trabalho e proporciona um ensino muito prático. Era exatamente isto que eu procurava. Aquilo que mais me fez vir para a Universidade Católica foi um o contacto com as empresas, foi um fator crucial.
Queria aprender fazendo …
Exatamente. Foi isso que procurei na Católica. Pude aprender num contexto verdadeiramente empresarial. Para além disso, o foco da Católica também foram sempre a soft skills e eu reconheço que são essenciais para o desenvolvimento de qualquer pessoa.
Durante a licenciatura, fez Erasmus na Bocconi, em Milão.
Foi uma experiência ótima. Gostei imenso. Fui viver com dois grandes amigos. Foi a minha primeira experiência fora de casa. Tenho memórias engraçadas de ligar à minha mãe a perguntar qual era o detergente que deveria comprar (risos). Gostei muito de viver em Itália. Viajei muito. Relativamente à Bocconi, também foi uma experiência muito marcante, desde logo pela dimensão que a Universidade tem. Convivi com alunos vindos de toda a parte do mundo, o que também foi muito enriquecedor. Americanos, europeus, asiáticos. Relativamente ao ensino, senti uma diferença muito grande. Em comparação com a Católica, a Bocconi tem um ensino muito teórico e menos aplicado. Foi desafiante adaptar-me a todas as novas realidades.
Como é que ficou marcado o início do seu percurso profissional?
Quando ainda estava na faculdade, fiz um estágio na Delloite e fiquei a conhecer o mundo da consultoria. Apesar de saber que queria ir para os mercados financeiros, ainda trabalhei um ano na PwC e depois é que fui para o Banco Carregosa. Vou para o Banco Carregosa no seguimento de uma proposta de trabalho incrível que me fizeram que incluiu a possibilidade de ir fazer o mestrado em Finanças na Imperial College Business School. Foi uma experiência incrível. Adorei Londres.
Tanto adorou que …
Que estou a viver cá! Mas só vim para Londres depois de ter estado a trabalhar quase dois anos no Banco Carregosa, que foi uma escola incrível. Inclusivamente, no primeiro ano em que estive no Banco, passei por todas as divisões, o que me permitiu ter uma visão global de todo o negócio. Só depois é que apareceu uma vaga para o Goldman Sachs.
“Londres é uma cidade incrível.”
Que funções ocupa no Goldman Sachs?
Estou na área de banca privada, em particular, numa equipa que faz estratégias de investimento para clientes. Aquilo que faço é alocação estratégica de ativos, isto é de forma simples a construção de portfólios de investimento a longo-prazo. No fundo, o cliente vem ter connosco, descreve o seu perfil de risco, os seus objetivos de investimento e quaisquer condicionantes que possa ter do ponto de vista de investimento e com base nessa informação e com base em modelos quantitativos fazemos uma proposta de um portfolio para o cliente investir.
De que forma é que isso desafia?
O que para mim é bastante desafiante é que aquilo que eu faço é um ótimo balanço entre um trabalho mais técnico e quantitativo e um trabalho mais de vendas e relacional. Há que saber vender aquilo que estamos a propor. Gosto muito deste equilíbrio, gosto muito da parte de falar com clientes e de os aconselhar.
“As pessoas não têm ferramentas e conhecimento de literacia financeira.”
Talvez, atualmente, se comece, em Portugal, a falar um bocadinho mais de literacia financeira…
Acho que se têm dado alguns passos. Ainda assim, acho que é um processo lento. Como trabalho nesta área, tenho muitos amigos que me vêm pedir ajuda e alguns conselhos. As pessoas não têm ferramentas e conhecimento de literacia financeira que as ajudem a tomar decisões básicas, como é exemplo a compra de uma casa. Este tipo de conhecimento deveria ser transversal a qualquer área. Todos precisamos dele. É preocupante ver que as pessoas não dispõem do básico para tomarem decisões mais conscientes e ponderadas.
O que é que mais gosta em Londres?
Quando vim viver para Londres no ano do mestrado, foi a minha primeira experiência a viver fora de casa com a minha independência. Já tinha estado em Milão, de Erasmus, mas são experiências e contextos totalmente diferentes. Foi aqui em Londres que vivi um tempo de autodescoberta e de crescimento pessoal muito relevante na minha vida. Londres é uma cidade incrível, tem sempre imensa coisa a acontecer. Para quem gosta de Cultura é o local ideal. Teatro, museus, exposições, concertos, festas. É incomparável o dinamismo desta cidade. É única. Acho que foi esta dinâmica que me fez querer voltar e que me continua a prender cá. Do ponto de vista profissional, é aqui em Londres que tenho um trabalho que me desafia imenso.
11-07-2024