"Bio é bom?"

Biotecnologia
"Bio é bom?"
Sexta-feira, 3 de Novembro de 2023 in Revista Expresso

Testemunho de Marta Correia, docente da Escola Superior de Biotecnologia.
Têm vindo a ganhar terreno nos mercados e nas prateleiras dos supermercados. E não são apenas frutas e legumes, carne, peixe, leite ou ovos. Há também massas, arroz e farinhas, gorduras, temperos, frutos secos ou até artigos de cosmética e higiene pessoal. Os produtos biológicos estão cada vez mais presentes nas escolhas dos consumidores, que tentam optar por estilos de vida mais sustentáveis, com um menor impacto ambiental e maior benefício para a saúde.
Baseada em princípios de sustentabilidade e de comércio justo, na preservação dos recursos naturais, biodiversidade e combate às alterações climáticas, a produção biológica assenta, desde os anos 70, em quatro princípios: saúde, ecologia, justiça e precaução. Na prática, pressupõe que “um alimento de origem animal ou vegetal seja o resultado de um processo de produção que evita a utilização de fertilizantes sintéticos, pesticidas e hormonas e minimiza a utilização de medicamentos e substâncias químicas”, contextualiza Marta Correia, especialista em nutrição e professora na Universidade Católica Portuguesa (UCP). No caso da agricultura (também conhecida como agricultura orgânica, ecológica ou natural), concretamente, recorre-se a um conjunto de métodos preventivos e culturais, assentes nas rotações, em adubos verdes, compostagem e instalação de sebes vivas, entre outros, para melhorar a fertilidade do solo e a biodiversidade — como alternativa aos materiais sintéticos artificiais.

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