"Como podem as empresas reagir ao aumento de preços?"

Rui Soucasaux Sousa, Dean da Católica Porto Business School.
As pressões inflacionistas têm estado presentes na economia pelo menos no último ano. Vários fatores têm contribuído para tal, incluindo o retomar da atividade económica após o abrandamento causado pela pandemia, a escassez de certo tipo de matérias-primas e componentes (e.g., chips eletrólticos) e a falta generalizada de mão de obra. Mais recentemente, a guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia exacerbaram os preços da energia e de outros itens, com impacto sistémico na economia. Não é ainda claro em que medida estes aumentos de preços serão transitórios ou de natureza mais duradoura.
Parte dos aumentos de preços podem ser passados aos clientes, mas esta abordagem tem limitações. Por exemplo, um consumidor que planeia adquirir um automóvel pode não ter a disponibilidade orçamental para comprar um veículo aos preços atuais, adiando a compra. Existe, no entanto, uma estratégia que as empresas podem usar para navegar este contexto, independentemente do cenário inflacionista que se venha a verificar (transitório ou duradouro): melhorar a gestão das suas operações, i.e., as atividades de produção dos bens e/ou serviços. De facto, as operações são responsáveis pela maioria dos custos das empresas, tais como, matérias-primas, componentes, salários e energia. Que práticas podem os CEO ir buscar aos manuais de Gestão de Operações que estudaram nos seus MBA? Enumero algumas.

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