"O elogio da curiosidade"

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"O elogio da curiosidade"
Quarta-feira, 24 de Abril de 2024 in Líder Online

Artigo de Opinião por Arménio Rego, Docente da Católica Porto Business School: 
O chefe dos serviços secretos militares de Israel demitiu-se. Razão: foi responsabilizado, e ter-se-á sentido responsável, por não ter impedido o ataque do Hamas, a 7 de outubro. A demonstrada incapacidade é especialmente grave porque, segundo várias fontes, os serviços secretos subestimaram sinais sobejos de que o ataque estava a ser planeado. O erro, que não é inédito na história dos conflitos entre Israel e seus vizinhos, terá resultado do excesso de autoconfiança e da soberba. Associados a esse excesso esteve um clamoroso défice: o da curiosidade. Foi o mesmo défice que, durante a crise pandémica, conduziu alguns líderes a cometer disparates – com consequências dramáticas para os cidadãos. Entre o saber presunçoso e o desejo de aprender, estes líderes optaram pelo primeiro.
A curiosidade é o desejo de saber, observar, ver e experimentar. Este desejo estimula a busca de informação e conhecimento. Conduz a esforços de compreensão das situações. Mantem a vigilância perante problemas e oportunidades. Gera aprendizagem. Encoraja a exploração de novas formas de saber e fazer. Ajuda a encarar as situações pela perspetiva dos outros. Fomenta a inovação. Contribui para encarar os erros e falhas como oportunidades de aprendizagem. Reduz a quantidade de erros decisórios e permite tomar decisões mais informadas e sábias. A curiosidade demonstrada pelos pontos de vista dos outros veicula respeito, reduz a conflitualidade, ajuda a criar amizades e fomenta bons relacionamentos sociais.

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