"Falta de professores? Porquê tanta aflição se não vai haver escolas?"

Educação e Psicologia
"Falta de professores? Porquê tanta aflição se não vai haver escolas?"
Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2024 in Público online

Artigo de opinião de Joaquim Azevedo, docente da Faculdade de Educação e Psicologia.
Só encostados à parede, embora sempre a pedalar atividades para manter a bicicleta em andamento, mesmo sem norte, é que pararemos e nos disporemos a pensar, no espaço público, sobre o fim da escola?
Razão tinham os responsáveis políticos que não fizeram caso das projeções acerca da falta de professores. Grandes visionários!
Professores? Para quê?
Por todo o lado crescem as “escolas” sem professores. É uma realidade em expansão, que se acelerou após a pandemia e que quase ninguém quer ver: já não há escolas, há alunos matriculados numa “certificação internacional” (para quê continuar sujeito a um currículo nacional, num tempo de “cidadania global” e se o destino é emigrar?), que estudam sobretudo em casa, com apoio de plataformas eletrónicas de ensino (com todo o tipo de recursos didáticos para cada aluno aprender com eficácia) e inseridos em pequenos grupos que se encontram semanalmente em pequenos espaços das cidades e vilas do país.
Aqui, cada aluno(a) continua a trabalhar no seu portátil e pode interagir com os outros em workshops vários e conta com um “learning coach”. Os materiais disponíveis nas plataformas são quase inesgotáveis: aulas muito bem “dadas” por docentes muito experientes, materiais para estudo e apoio ao “saber mais”, exercícios práticos que a IA consegue personalizar na perfeição, sistemas de conversação com professores especialistas “eletrónicos”, avisos e alertas, etc.

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