Francisca Guedes de Oliveira: "Finalmente o teletrabalho!"

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Francisca Guedes de Oliveira: "Finalmente o teletrabalho!"
Sexta-feira, 11 de Junho de 2021 in Jornal Económico (O)

A pandemia de Covid-19 tem sido tremendamente negativa nos seus impactos. Além da evidente crise de saúde pública, com mortes, doentes mais ou menos graves e um desafio brutal ao sistema de saúde, trouxe ainda uma perturbação enorme nas nossas vidas e nas nossas rotinas, para alguns solidão, para outros casas demasiado cheias.

Trouxe disrupções no funcionamento da economia, local e global, trouxe desemprego, agravou a pobreza e as desigualdades. E obrigou uma grande parte de nós a aprender a teletrabalhar. Foi um desafio enorme estar em casa, com filhos pequenos, cães e gatos, má internet, pouco espaço e novas e inúmeras plataformas de trabalho remoto.

O teletrabalho foi uma necessidade e sem uma causa tão premente, provavelmente nunca se teria avançado como avançou. Devemos, por isso, refletir nas aprendizagens e construir em cima destas para que o regresso não seja ao passado mas sim a um novo futuro.

Provou-se, finalmente, que o teletrabalho é possível. Obviamente que de forma muito distinta para diferentes profissões, mas sim, possível. Mais, é-o sem perdas de produtividade. E é-o, para muitos, com ganhos na forma como passaram a gerir o seu dia a dia. Reuniões que exigiam deslocações fora da cidade ou do país, e consequentemente a perda de um dia inteiro de trabalho, passaram a ser feitas remotamente. As horas no trânsito que nos faziam chegar tarde a casa, ou, para evitar horas de ponta, cedo demais ao trabalho, deixaram de ser um motivo de ansiedade.

Com os filhos na escola, as idas ao escritório possíveis e o acesso generalizado a internet de qualidade e a computadores portáteis, estão reunidas as condições para se romper com o modelo tradicional, tipicamente 100% presencial, e definirmos formas híbridas de trabalho.

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