Francisca Guedes de Oliveira: "Menos otimista!"

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Francisca Guedes de Oliveira: "Menos otimista!"
Sexta-feira, 9 de Abril de 2021 in Jornal Económico Online (O)

Há um ano não me passava pela cabeça que em abril de 2021 ainda estivéssemos a lidar com a Covid-19 e perdidos no seu controlo. Há quatro meses, com a luz ao fundo do túnel das vacinas, achei que iríamos começar a recuperar e que o caminho seria lento, mas a subir. Hoje estou bastante menos otimista.

A pandemia não está controlada, a vacinação muito demorada na Europa e a luz está cada vez mais longe. Já não me atrevo muito a adivinhar o que nos espera, mas algumas coisas parecem mais prováveis que outras. Os serviços de contacto próximo em geral, e os do turismo em particular, são os setores mais afetados. Mas acredito que também serão os que mais facilmente recuperarão.

Qualquer sinal de abertura é uma oportunidade para as pessoas se sentarem num café, irem a um restaurante e respirarem um pouco de normalidade. Estou convencida que quando o confinamento passar, estes setores retomarão rápido. Claro que com muitas, muitíssimas, baixas pelo caminho.

Mas a capacidade notável dos portugueses se reinventarem pode ser muito útil já que a procura nestas áreas recuperará, creio, de forma exponencial. As empresas que mais me preocupam são as que precisam de capital ou que dependem da abertura do mundo. A recuperação aqui será mais lenta.

Os investidores vão estar apreensivos. Vão precisar de estar mais certos sobre o fim da pandemia para investirem em negócios inovadores e diferentes que possam sofrer reveses se o vírus voltar. E o mundo vai demorar a abrir. A Ásia está brutalmente fechada. Sem sinais de abertura que nos façam acreditar que em 2022 a cadeia de aprovisionamento estará normalizada.

A Europa continua com uma série infeliz de insucessos na vacinação sem conseguir dar provas de que rapidamente terá uma situação confortável para, pelo menos, se poder viajar cá dentro. E em Portugal, melhor que os seus pares europeus na vacinação, nada está tranquilo! O INE revela uma redução significativa de atividade económica em 2021, com uma redução de levantamentos, pagamentos de serviços e compras com recurso a multibanco (menos 26% em fevereiro do que em janeiro).

Nota: Pode ler o artigo completo na edição impressa do Jornal Económico do dia 9 de abril de 2021.

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