Investigadores dizem detetar doença com 98% de sucesso

Biotecnologia
Investigadores dizem detetar doença com 98% de sucesso
Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2022 in Expresso

Projeto liderado pela Escola Superior de Biotecnologia desenvolveu ferramenta de inteligência artificial. Algoritmos foram testados em 38 doentes do São João, no Porto.
Investigadores portugueses desenvolveram uma ferramenta de inteligência artificial que permite diagnosticar, com 98% de taxa de sucesso, a doença de Alzheimer, mesmo quando não há sintomas. O projeto, liderado pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), pretende criar um novo método de diagnóstico que recorre à inteligência artificial e tem por base dados captados por eletroencefalogramas (EEG). Os algoritmos foram testados com dados recolhidos junto de 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto. Não há planos para avançar com negócio ou empresa, mas há a intenção de desenvolver uma solução intuitiva para uso em ambiente clínico.
“Durante a fase de desenvolvimento tivemos de recorrer a outros tipos de exames de diagnóstico para comparar resultados, mas neste momento o nosso método opera de forma autónoma e não precisa de comparar resultados com outros tipos de exames”, explica Pedro Miguel Rodrigues, professor da UCP e líder do projeto Neuro SDR. Além da UCP, o projeto conta com a participação de investigadores das Faculdades de Medicina e Engenharia da Universidade do Porto e do Instituto Politécnico de Bragança.
O Neuro SDR segue a crescente tendência de uso de inteligência artificial para apoiar médicos na análise de exames de diagnóstico. Análise de ressonâncias magnéticas, radiografias ou até análises de sangue já começaram a beneficiar destas ferramentas, mas no Neuro SDR a análise incide sobre a atividade elétrica captada pelos EEG.
Os neurónios comunicam entre si através de sinais eletroquímicos. E esse fator levou os investigadores a uma hipótese promissora: se o Alzheimer afeta memória e conhecimento, logo terá de produzir efeito na atividade elétrica do cérebro. Só que havia um problema: “Os sinais associados ao Alzheimer estão camuflados no meio dos resultados dos EEG”, explica Pedro Miguel Rodrigues.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 21 de janeiro de 2022.

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