"Jean-Luc Moulène: eventos de percepção"

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes
Jean-Luc Moulène age na zona onde se desdobram e enlaçam corpo e espírito, matéria e pensamento, objecto e conceito.
Jean-Luc Moulène (n. Reims, França, 1955) é um artista cujo território é difícil de circunscrever dada a forma como tem usado diferentes estratégias materiais e conceptuais para explorar um mundo diverso de formas, imagens, tecnologias. Pode dizer-se que o percorre uma reflexão sobre a variedade das relações entre os diferentes níveis de produção de conhecimento que acontece em diferentes comunidades humanas. Interessa-lhe agir na zona onde se desdobram e enlaçam corpo e espírito, matéria e pensamento, objecto e conceito. Características estas formalizadas de diferentes formas e através de um conjunto de processos variados de produção onde se cruzam fotografia, escultura, desenho, imagem em movimento, etc., bem como através do cruzamento, intensificado nos últimos tempos, entre tecnologia (IA ou computação) e produção artística mais convencional.
Esta aproximação bastante genérica e vaga é importante porque não é possível encontrar formas, estímulos ou questões que percorram, visível ou subterraneamente, toda a obra de Jean-Luc Moulène. A sua condição de artista — e que o título desta exposição bem revela — é melhor entendida através da fixação de um entendimento do seu trabalho como a proposta de um conjunto de de acções libertárias.

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