"Os nacionalismos não são discursos inócuos, têm raça e género", entrevista a Lilia Schwarcz e Nuno Crespo

Artes
"Os nacionalismos não são discursos inócuos, têm raça e género", entrevista a Lilia Schwarcz e Nuno Crespo
Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2024 in BUALA Online

Pouco antes de abrir o ciclo Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões (16 fev - 24 maio 2024), um programa anual de conferências, exposições e performances da Escola das Artes (Porto), conversei com os curadores Nuno Crespo e Lilia Schwarcz. Logo após a entrevista, a historiadora e antropóloga brasileira ofereceu a um auditório cheio a conferência “Imagens da branquitude: a presença da ausência”, parindo da observação de imagens produzidas ao longo da história, que evidenciam o racismo estrutural no Brasil e, por extensão, em Portugal. O interesse pelo conhecimento produzido por autores brasileiros, as suas pautas que sinalizam o estado do debate, foi um bom prenúncio para o ciclo que se dá em parceria entre a Universidade Católica do Porto e a USP, no qual participam os artistas e pensadores Carla Filipe, Denilson Baniwa, Pedro Barateiro, Dalton Paula, João Salaviza, Renée Messora, Francisco Hyjnõ Krahô, Paulo Catrica, Ayrson Heráclito, Margarida Cardoso, Francisco Vidal, Letícia Ramos, Artur Santoro, Flávio Cerqueira e Hélio Menezes. Haverá ainda a exposição Enciclopédia Negra, que atravessará a Summer School (de 17 a 22 de junho) com Dino d’Santiago, Flávio Gomes, Jaime Lauriano, Keila Sankofa, Mc Carol, Sónia Gomes e Welket Bungué. A ambição do programa, segundo os curadores, é a de construir um espaço de debate para “pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial.”

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