"Os professores primeiro"

Educação e Psicologia
"Os professores primeiro"
Sexta-feira, 16 de Setembro de 2022 in Público online

Artigo de opinião de José Matias Alves, docente da Faculdade de Educação e Psicologia. 
É certo que, em situação normal, teríamos de escrever os alunos primeiro, porque sem alunos não há escola nem seriam precisos professores. As famílias primeiro, porque são axiológica e normativamente as primeiras responsáveis pela educação das jovens gerações.

“Para os idealistas, como eu, o progresso da escola é indissociável de uma profissionalização crescente dos professores. Sejamos lúcidos o suficiente para saber que esse paradigma e os seus corolários, em termos de estatuto, de ganhos, de nível de formação, de atitude reflexiva, de empoderamento, de mobilização coletiva, de liderança e gestão de estabelecimentos, de promoção de um pensamento crítico (e criativo), estão longe de obter unanimidade, mesmo entre aqueles a quem o “statu quo” não satisfaz.”
Philippe Perrenoud

Temos de voltar a este tópico. Ao primeiro de todos os ofícios, aos professores, luz do mundo e salvação da humanidade. À urgência revalorização da profissão docente. Depois de se ter difundido massivamente a ideia de que os professores “estavam sentados à lareira” do conforto e não se importavam com o destino dos seus alunos. Porque mesmo que alguns estivessem “sentados” nunca se poderia generalizar este labéu. Porque sem professores não há futuro. Porque os professores são a pedra angular de todas as profissões. Porque sem uma escola que faça aprender todos os alunos estaremos a coartar a liberdade de ser em todo o potencial do ser humano. E a criar as condições de uma “guerra civil” de todos contra todos. Estamos onde estamos como resultado de políticas que podiam estar cheias de boas intenções, mas que nos conduziram ao inferno. Da competição injusta entre pares; da desvinculação profissional; da fuga da escola; do alheamento, tédio e esgotamento.

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