"Quando o salário emocional não paga contas"

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"Quando o salário emocional não paga contas"
Quarta-feira, 26 de Julho de 2023 in Líder Online

Artigo de opinião por Arménio Rego, docente da Católica Porto Business School.
As pessoas sentem-se mais energizadas quando o ambiente de trabalho é vivaz e amistoso . Ou quando realizam trabalho que contribui para um bem maior – resolver problemas importantes dos clientes, ajudar cidadãos, desenvolver a comunidade em que a empresa opera, ou salvar vidas. Trabalhar com um propósito nobre é tão motivador que algumas pessoas reconfiguram cognitivamente a sua função. Por exemplo, alguns funcionários de limpeza dos hospitais encaram o seu trabalho como forma de ajudar os familiares dos pacientes. Ou o polícia de um bairro problemático interioriza que, com o seu trabalho, pode salvar adolescentes de uma vida de crime e contribuir para o seu crescimento com adultos responsáveis.
Algumas empresas procuram estimular o empenhamento dos empregados através da ativação desta motivação com propósito. Algumas fazem-no de modo genuíno. Outras procuram obter das pessoas mais empenhamento no trabalho – com o intuito de obter “mais leite de vacas contentes”. Há ainda outras empresas que, embora com boas intenções, se socorrem destas práticas para estimular a motivação sem aumentar custos salariais. Todavia, quando se sentem manipuladas, as pessoas remetem-se a uma posição defensiva e podem retaliar. Este sentimento explica porque muitos trabalhadores essenciais levantaram cartazes, durante a pandemia, com a expressão “não comemos aplausos”.

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