Rui Soucasaux Sousa: "E-commerce e sustentabilidade: amigos ou inimigos?"

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Rui Soucasaux Sousa: "E-commerce e sustentabilidade: amigos ou inimigos?"
Segunda-feira, 24 de Maio de 2021 in Negócios Online

Em 2020, o e-commerce cresceu de forma explosiva. Um estudo da Digital Commerce 360 estima que nos Estados Unidos as vendas online aumentaram cerca de 44% em relação ao ano anterior, representando 21% do volume total das vendas no retalho. As razões para este crescimento são diversas. À medida que os consumidores se habituam a realizar as suas atividades diárias online (e.g., operações bancárias, aulas, reuniões), ficam mais recetivos a comprar digitalmente, prescindindo das lojas físicas. Adicionalmente, os retalhistas têm consistentemente melhorado os seus níveis de serviço online, reduzindo os prazos de entrega das compras para um ou dois dias, ou até algumas horas em alguns casos. As taxas de entrega têm vindo a descer e as políticas de devolução são generosas. Finalmente, estima-se que as restrições colocadas pela pandemia às compras em lojas físicas tenham acelerado entre três e cinco anos a conversão de compras físicas para compras online.

Neste contexto, têm surgido preocupações com o impacto ambiental do e-commerce (Tokar et al. 2021. "A guide to the seen costs and unseen benefits of e-commerce. Business Horizons"). Este impacto inclui o desperdício associado à embalagem dos produtos para entrega (e.g., caixas de cartão, revestimento plástico protetor), assim como as emissões de CO2 e aumento do tráfego urbano resultantes dos veículos de entrega, cada vez mais visíveis na paisagem urbana. Tendo por objetivo limitar este impacto, alguns decisores públicos contemplam a possibilidade de implementar regulamentação própria para o setor, por exemplo, incentivando o uso de veículos elétricos ou restringindo entregas em horas de pico.

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