"Um comentário crítico à "sociologia bovina""

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"Um comentário crítico à "sociologia bovina""
Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2024 in Líder Online

Artigo de Opinião por Arménio Rego, Docente da Ctáloca Porto Business School
Somos seres sociais - e frágeis. Durante tempos de abundância, podemos sentir-nos autossuficientes e imunes às vicissitudes da nossa existência. E, frequentemente, fechamos os olhos às fragilidades dos outros e continuamos as nossas vidas.
O mundo organizacional é especialmente atreito a este tipo de ilusão. Em algumas organizações, a fragilidade e o sofrimento são tomados como um fator distrativo, um empecilho à produtividade, à eficiência e aos resultados. Há momentos, porém, em que as lideranças se dão conta da fragilidade coletiva e da necessidade de cuidar das pessoas para cuidar da empresa. Infelizmente, esse sentido do dever de cuidar é por vezes instrumental e nada genuíno. A pandemia COVID foi um desses momentos em que a “compaixão” instrumental se manifestou. Andrew Hill escreveu no Financial Times, em 18 de janeiro de 2021, que a crise gerada pelo coronavírus havia transformado ideias de gestão sensatas em clichés de liderança:
“Tomemos a Humanidade, a empatia e a compaixão. No final [de 2020], quase todos os CEO que entrevistei davam mostras de falsa modéstia quando afirmavam como a crise os havia ensinado a prezar o stresse que se abatera sobre os empregados e a liderar com um toque humano. Isso fez-me pensar porque não tinham usado esses ingredientes antes da pandemia”.

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