Universitários do Porto lançam projeto para acabar com a violência no namoro

Católica no Porto
Universitários do Porto lançam projeto para acabar com a violência no namoro
Segunda-feira, 17 de Maio de 2021 in Renascença Online

A Impactu, associação composta por estudantes universitários movidos pela capacidade de missão e de serviço para com a comunidade, intervém também junto da população carenciada do Porto. O objetivo é levar ajuda aos que precisam, com vista ao combate de questões sociais, como a exclusão social ou as dificuldades socioeconómicas.

O projeto "Até Quando?" tem como base criar impacto social, enquanto consciencializa os mais novos para a violência no namoro. É uma iniciativa da Associação Impactu, associação juvenil, composta por estudantes universitários. "A ideia surgiu quando tivemos perceção de que os números na cidade do Porto, e em todo o país, aumentavam de forma gradual e que os jovens já olhavam para algumas realidades da violência no namoro como legítimas e normais do quotidiano", explica à Renascença, Filipe Ribeiro.

O presidente da Impactu acrescenta que a preocupação da associação foi tentar intervir junto dos mais novos e sensibilizar, através da presença nas escolas, nas redes sociais e nos media, para este problema que tem vindo a crescer nos últimos anos. "Pegamos nos estudantes universitários, ou seja, nos membros da associação, e também em estudantes de toda a academia, para chegar a mais estudantes, a mais escolas e aumentar esta sensibilização, o que tem sido também notável pelo feedback que já vamos obtendo junto dos mais novos", assinala.

Vítimas não têm que perceção que são vítimas Filipe Ribeiro nota que as vítimas, na sua maioria, "não têm a perceção que são vítimas e, às vezes, são tão novos, e mesmo estando informados dos apoios, quando chega o momento não sabem como devem contactar, quem devem contactar". "E esse papel também é feito por nós, no sensibilizar quem tem essa linha de apoio, desde a APAV, qualquer polícia, as próprias escolas que devem ter uma intervenção", explica o estudante, acrescentando que a própria associação "não se refugia da situação e está disponível para apoiar no sentido de fazer esse encaminhamento de pessoas, para se sentirem mais à vontade".

No entender da associação é muito mais fácil identificar as pessoas mais próximas, são as pessoas com quem se tem mais contacto e que olhamos com mais responsabilidade. E todos podemos ser um veículo de apoio até chegarmos às linhas que têm essa capacidade, porque eles não têm, muitas vezes, a perceção.

É aí que o projeto também quer ter esse papel. Mas o projeto "Até Quando?" não tem só a consciencialização social, tem também "a perspetiva jurídica do crime público que está em causa, que é um crime que está incorporado na violência doméstica no Código Penal e que tem todas essas mesmas ferramentas que a violência doméstica tem, no caso da violência no namoro", sublinha Filipe Ribeiro.

Segundo o presidente da Impactu, a sensibilização é fundamental para despertar consciências, porque, muitas vezes, o problema da violência no namoro é vista como algo normal dentro das relações. E há vários tipos de violência, alerta o estudante universitário, "desde a violência física, psicológica, económica, social, onde se inclui a perseguição" e, neste contexto, é" fundamental que os jovens estejam informados para poderem identificar e atuar".

Neste momento, o projeto "Até Quando?" desenvolve-se online e presencialmente, em várias escolas da região do Porto. Intervém também junto de associações juvenis e quer estender a sua intervenção ao Centro Histórico do Porto, para sensibilizar também a comunidade, para além dos mais novos. A Associação Impactu nasceu com o objetivo de criar impacto junto da comunidade mais desfavorecida da cidade do Porto e o seu campo de ação é o centro histórico e a zona oriental da cidade, onde trabalha com o apoio junta de freguesia e a Comissão de Proteção de Menores. O objetivo "é reforçarmos o apoio e darmos alguns apoios, quer no âmbito do apoio social, do combate à pobreza, mas, acima de tudo, questões como o empoderamento para autonomia familiar, em que vamos tendo estas questões, desde a inclusão social à integração na comunidade", explica Filipe Ribeiro.

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