Rita Bacelar: “A Escola Superior de Biotecnologia é uma casa para mim.”
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Rita Bacelar é recém-licenciada em Ciências da Nutrição pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto. Integrou a Associação de Estudantes e é, atualmente, vice-presidente da Tuna Feminina. Foi no Hospital de Santa Maria que realizou o seu estágio curricular de fim de curso, experiência que a deixou melhor preparada para o futuro que já aí espreita. Confessa que que gosta de dar lugar ao improviso e à criatividade na cozinha. Nesta entrevista, fala-nos, também, da importância de combater a desinformação no campo das Ciências da Nutrição.
É recém-licenciada em Ciências da Nutrição. Como descreve a sua experiência enquanto estudante da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto?
Sem dúvida que me orgulho de acabar a licenciatura e poder dizer que sinto que a ESB é uma casa para mim. A proximidade com os professores e com a vida académica tornou a minha experiência na faculdade a melhor que consigo imaginar. Não faria nada diferente e levo comigo memórias e um grande sentimento de pertença.
Porquê estudar Ciências da Nutrição?
O desejo de estudar Ciências da Nutrição surgiu durante o secundário. Eu tinha a certeza que queria trabalhar na área da saúde e de alguma forma ajudar e comunicar com pessoas. Além disso, sempre fui uma pessoa ativa e uma amante de experiências gastronómicas e, como tal, as Ciências da Nutrição foram despoletando o meu interesse e a verdade é que, durante todo o curso, acabei por me identificar e me apaixonar por esta área.
Durante a licenciatura, envolveu-se ativamente na vida académica, integrando a Tuna Feminina e a Associação de Estudantes. Que impacto tiveram estas atividades no seu desenvolvimento pessoal?
Ao estarmos envolvidos em experiências extracurriculares estamos a desenvolver as tão conhecidas soft skills, que são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. A comunicação, a adaptação às adversidades e a persistência são apenas algumas das capacidades que descobri em mim ao pertencer a estes grupos académicos. A Associação de Estudantes permitiu-me contactar com alunos de outros cursos e de outros anos e a Tuna Feminina da Universidade Católica Portuguesa no Porto preencheu um lugar muito especial no meu coração e que tornou os 4 anos de licenciatura mais leves e entusiasmantes. É com grande orgulho que, atualmente, ocupo a posição de Vice-Presidente desta grande família e afirmo, com toda a certeza, que é um grupo que me permite contactar com estudantes de outras faculdades e academias, partilhando a tradição que nos une e onde pude aprender um bocadinho sobre música de forma divertida e gratificante.
Fez Erasmus em Granada. Como descreve a experiência?
Esta cidade de estudantes permitiu-me sair da minha área de conforto, viver sozinha, falar e escrever noutra língua e tornar casa um local tão diferente daquele que sempre conheci. Ao nível dos estudos foi um período bastante desafiante, já que é uma cultura muito própria à qual os estudantes de outras nacionalidades têm de se adaptar, mas acredito que também me fez ter uma experiência mais real daquilo que é o destino de muitos portugueses que decidem emigrar. A verdade é que, apesar de ser uma cidade espanhola, tem uma presença árabe muito marcante, algo que me fez contactar com paisagens e tradições deslumbrantes e enriquecedoras. Assim, apesar dos desafios, considero-me uma sortuda por poder ter tido esta experiência.
De que forma é que a formação da Católica prepara os estudantes para ambientes e experiências internacionais?
A formação que a Católica oferece permite-nos ter uma visão mais ampla e sem fronteiras da nossa área de estudo. Adicionalmente, a componente prática da formação também nos permite desenvolver capacidades de cooperação e adaptação essenciais num contexto multidisciplinar.
Foi o estágio no Hospital de Santa Maria que marcou a reta final da sua licenciatura…
A formação que recebi da ESB foi essencial para a realização deste estágio curricular, que me permitiu criar uma imagem mais detalhada daquilo que é ser Nutricionista. Tive a oportunidade de contactar com a área da Alimentação Coletiva e Restauração, Clínica e Comunitária, algo que foi bastante enriquecedor. Segue-se um caminho desafiante e de novas adaptações às quais, graças ao meu estágio, me sinto mais preparada para enfrentar.
Qual é hoje o maior desafio que se coloca à Nutrição?
Acredito que a área da Nutrição esteja a ser cada vez mais valorizada dada a sociedade com que nos confrontamos. Assim sendo, penso que o desafio que se segue será criar espaços suficientes para que todos os profissionais consigam desempenhar o seu papel e contribuir para o desenvolvimento da população portuguesa nas diferentes áreas que a Nutrição abrange e, assim, combater a desinformação que é gerada de forma cada vez mais rápida e que coloca em risco a saúde pública e a credibilidade dos profissionais.
Como se combate a desinformação nesta área?
A desinformação pode ser combatida através da partilha de conteúdos ou informações com base científica. Promover a procura pela fonte de informação é algo que pode combater eficazmente a adoção de práticas pouco recomendáveis ou mesmo perigosas para a saúde pública. Desta forma, penso que um dos métodos para destacar a informação fidedigna da não fidedigna é com base na partilha de estudos robustos e recentes que motivem a população a procurar o porquê das coisas e a deixarem para trás soluções fáceis e imediatas ou métodos milagrosos que são muitas vezes os mais populares.
Que conselho deixaria a quem vai agora iniciar o curso de Ciências da Nutrição?
Desfrutem destes anos e façam por criar memórias e ligações. Aproveitem os momentos de aprendizagem e tentem absorver o máximo de conhecimento possível porque é uma área muito completa e interessante. Procurem saber mais e peçam ajuda a quem vos rodeia porque torna tudo mais simples e leve.
Gosta de cozinhar?
Eu adoro experimentar pratos novos e cozinhar sem receita. Considero uma vantagem o interesse do Nutricionista pelas experiências gastronómicas e pela culinária, já que se torna mais fácil fazer os outros apaixonarem-se pelo tema da alimentação através de métodos de confeção e receitas criativas, práticas e interessantes do ponto de vista nutricional.
31-07-2025