Ana Carolina Garcez: “O fascinante da Psicologia é a sua possibilidade de aprendizagem infinita.”

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Ana Carolina Garcez é natural do Rio de Janeiro e é estudante do 1º ano da Licenciatura em Psicologia, da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica no Porto. Recém-chegada à Universidade, afirma que escolheu a Católica pela sua “excelente reputação académica” e pelo cariz “interdisciplinar” do curso. Com uma infância muito viajada e animada, entrou para a Universidade com média de 20 valores e com muitos sonhos para realizar. Uma das suas ambições é seguir uma carreira na área da Investigação, onde quer contribuir para “o progresso do conhecimento”. A música e a arte são também uma parte muito importante da sua vida. Bem-vinda à Católica, Ana Carolina!

 

Quais são as suas principais memórias de infância?

Nasci no Rio de Janeiro e com 5 anos mudei de país, pela primeira vez, com a minha família, por causa do trabalho dos meus pais. Mudámo-nos para uma cidade em Itália chamada Trieste, onde vivi durante 6 anos. Quando cheguei a Itália, não falava nem inglês, nem italiano, por isso tive algumas dificuldades iniciais na adaptação. Depois de 6 anos, mudámo-nos para a Suíça e a adaptação não foi fácil. Vivi lá durante 2 anos e depois, por fim, viemos para Portugal. Foi em Portugal que completei o Ensino Secundário. Mas antes de ir para a Universidade ainda estive dois anos em Milão a viver sozinha e a estudar.

 

Uma vida agitada… De que forma é que a passagem por tantos países a enriqueceu?

Mudar para um novo país significa, muitas vezes, estar longe dos amigos ou da família, deixando-nos sozinhos e perdidos num ambiente desconhecido. Passar por esta experiência muitas vezes fez com que eu tivesse de enfrentar muitas situações sozinha. Isto fez-me crescer e perceber que o melhor suporte que eu tenho sou eu mesma. Embora seja importante termos apoio, não podemos garantir que vão estar sempre presentes. Temos de saber depender de nós mesmos. Sou muito grata pela oportunidade que tive de conhecer culturas diversas e de me integrar nelas. Acredito que esta oportunidade me deu uma perspetiva mais abrangente e uma mente aberta em relação ao mundo.

 

Ingressou na Licenciatura em Psicologia, na Universidade Católica, com 20 valores. Como é que descreve o seu caminho de escola e o que é que mais a marcou?

Tive um percurso académico muito diferente até chegar ao Ensino Superior. Ter de mudar de país tantas vezes, fez-me estar exposta a culturas diferentes e cada uma com os seus próprios sistemas de educação e as suas abordagens pedagógicas. Isso ajudou-me não só a enriquecer a minha perspetiva educacional, mas como a aprender a adaptar-me. Embora tenha sido um desafio, cada nova cultura, à qual tive de me adaptar, ensinou-me a navegar perante as diferenças. Isto ajudou-me a desenvolver um bom trabalho em ambientes pouco familiares e a mudar a minha mentalidade em relação a tarefas académicas que eu via como mais desafiantes. Além disso, sempre procurei aproveitar ao máximo o meu ambiente escolar, assumindo atividades extracurriculares que me interessavam, especialmente a Arte e a Música. Estas atividades ajudaram-me a ter uma perspetiva positiva em relação à escola, comecei a vê-la como um espaço para me desenvolver e utilizar as oportunidades que tinha para o crescimento intelectual.

 

Porquê escolher Psicologia?

Antes de escolher Psicologia, fiz o meu primeiro ano de faculdade em Belas Artes. Tive dificuldade em escolher entre Artes e Psicologia, pois as duas disciplinas sempre tiveram uma importância grande no meu percurso. Comecei a utilizar as ideias da Psicologia para inspirar os meus projetos artísticos e descobri que estava mais interessada na investigação que realizava no âmbito da preparação para projetos e da formação de ideias, do que na execução da arte. Isso levou-me à conclusão de que o curso de Psicologia ia mais ao encontro dos objetivos que tinha para a minha experiência universitária. O que gosto particularmente na área da Psicologia é a sua natureza interdisciplinar. Permite-nos não só ver o mundo através de uma lente multifacetada, mas também nos permite extrair conhecimento de áreas como Biologia, Filosofia ou Sociologia. Esta ideia levou-me ao interesse pela Psicologia, pois cria uma possibilidade praticamente infinita de análise e investigação.

 

Uma possibilidade infinita de aprendizagem …

Sim, o fascinante da Psicologia é a sua possibilidade de aprendizagem infinita. O comportamento e mente humana estão em constante evolução e são extremamente complexos, tornando a Psicologia uma disciplina muito dinâmica. Acho isso especialmente fascinante, pois permite uma jornada contínua de crescimento intelectual ao longo da vida.

 

“Acredito que a Católica me vai oferecer um curso de Psicologia abrangente e interdisciplinar.”

 

Porquê escolher a Universidade Católica para estudar?

Escolhi a Universidade Católica, porque o plano curricular da Licenciatura em Psicologia é o que mais vai ao encontro dos meus interesses. Aprecio o facto de o curso oferecer uma abordagem interdisciplinar e ter um forte foco na área da investigação. Além disso, a minha escolha pela Universidade Católica foi influenciada pela sua excelente reputação académica e qualidade de ensino.

 

De que forma é que acha que estudar na Católica lhe vai abrir portas para o Futuro?

Acredito que a Católica me vai oferecer um curso de Psicologia abrangente e interdisciplinar, que me vai permitir explorar áreas diferentes e descobrir novos interesses. Além disso, acredito que as oportunidades de investigação e o acesso a recursos oferecidos pela Católica me vão dar uma boa exposição prática, que será fundamental para desenvolver as minhas habilidades para o meu caminho profissional. Penso também que a comunidade da Católica me irá permitir criar uma forte rede de ligações. As oportunidades de participação em projetos serão de grande valor para o meu futuro, porque me vão permitir desenvolver as minhas capacidades de colaboração e cooperação.

 

Quais são as suas expectativas para estes seus anos de licenciatura na Católica?

Nestes anos espero poder mergulhar por completo no estudo da Psicologia e dedicar-me inteiramente a esta área. Espero poder aprofundar o meu conhecimento em vários subtemas e explorar diferentes ramos da disciplina para que possa encontrar ainda mais áreas de interesse para o meu futuro. Além disso, gostaria de participar em outras oportunidades da Católica tanto ao nível académico, como profissional e pessoal. Também espero envolver-me na comunidade académica, podendo trocar ideias e formar relações valiosas com colegas e profissionais.

 

“Tenho a intenção de seguir um percurso de investigação em Psicologia.”

 

De que forma é que acha que a Psicologia e a Arte se relacionam?

Para mim, a Arte e a Psicologia sempre estiveram profundamente interligadas, sendo ambas uma exploração da experiência humana e das suas complexidades. Considero que o movimento artístico surrealista seja uma das demonstrações mais interessantes da sobreposição destas duas áreas. Sendo que vários artistas surrealistas como o Salvador Dalí inspiraram-se na literatura de Sigmund Freud e utilizaram as suas ideias de Psicanálise para criar obras que exploravam os temas do subconsciente e dos sonhos. Sempre gostei de Arte, mas só nos últimos anos é que comecei a explorar esta abordagem surrealista, conectando-a com a Psicologia. Comecei por criar representações visuais de um estudo psicológico que estudei no ensino secundário, sobre o reconhecimento de emoções através das expressões faciais. À medida que explorei mais profundamente a relação entre a Psicologia e a Arte, comecei a criar pinturas em torno de conceitos mais pessoais, como as distorções cognitivas e a autoidentidade.

 

O que é que sonha para o seu futuro?

Neste momento, tenho a intenção de seguir um percurso de investigação em Psicologia. No entanto, estou a entrar na licenciatura com uma mente aberta para novos tópicos que possam despertar o meu interesse, mesmo que me guiem em direções inesperadas. Independentemente do que esteja a fazer, a minha maior ambição para o futuro é estar numa situação onde tenha sempre a oportunidade de aprender, estudar e buscar conhecimento. Além disso, gostaria sempre de ter a possibilidade para criar novas ideias e contribuir para o progresso do conhecimento.

 

O que gosta de fazer nos seus tempos livres?

No meu tempo livre, gosto de dedicar-me à Arte e a Música. Uma vez que os meus estudos são de uma natureza principalmente científica, gosto de, quando possível, trazer equilíbrio ao meu lado criativo pela expressão artística. A música tem sido uma parte importante da minha vida há alguns anos, desde que comecei a tocar piano por volta dos 13 anos. Comecei só por tocar, mas, também, me comecei a interessar pela composição e produção. Também comecei a tocar baixo, há alguns anos, e tenho passado uma grande parte do meu tempo livre a aprender, pois abriu-me muitas oportunidades para estilos diferentes de música e pela colaboração com outros músicos. Gosto, também, muito de desenhar e de pintar.

 

Livro favorito?

É muito difícil escolher um livro favorito, mas um dos livros que teve maior impacto em mim foi o "Man's Search for Meaning" (O Homem em Busca de um Sentido) de Viktor E. Frankl. O autor, que é um psiquiatra, partilha as experiências que teve como sobrevivente do Holocausto e explora os problemas existenciais e psicológicos que enfrentou nos campos de concentração nazis. Acho que a mensagem deste livro é muito significativa, pois explora a ligação entre o sofrimento humano e a busca do significado. O livro não conta um relato do Holocausto, mas oferece um guia fundamental para encontrar propósito e significado na vida, independente de quais sejam as nossas circunstâncias.

 

 

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14-09-2023