"O pior cego..."

Business School
"O pior cego..."
Sábado, 20 de Novembro de 2021 in Dinheiro Vivo Online

Alberto Castro, docente da Católica Porto Business School.
Entre 2014 e 2019, a Harvard Business Review (HBR) publicou uma seriação dos melhores executivos empresariais. No início, só o desempenho financeiro contava e Jeff Bezos era o melhor. Depois, alargaram os critérios e incluíram a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e a governança da empresa, em geral (designados ESG, na gíria). E Bezos nem nos 50 primeiros ficou. As listas, porém, eram dominadas por homens e brancos. As críticas levaram a HBR a cessar a sua publicação. Evoluções e sinais de tempos que vieram para ficar.

Tempos que só agora chegaram para alguns e bem mais cedo para outros. Em 1986 foi criado o Institute of Business Ethics (IBE) que, como o nome indica, liga dois temas, negócios e ética, que muitos ainda hoje consideram antinómicos. Desde 2005, o IBE publica, a cada três anos, um trabalho que reflete a forma como os trabalhadores percecionam as grandes questões éticas no seu trabalho. O último, com dados para Portugal, foi divulgado pelo Fórum de Ética da Católica Porto Business School esta semana. Com base numa amostra representativa para cada caso, estudaram-se 13 países. O índice agregado coloca-nos em último lugar, com os trabalhadores portugueses a serem particularmente críticos quanto à forma como acham que os gestores lidam com as eventuais denúncias, quer em termos de (não) consequências, quer de presumíveis retaliações. Razões, talvez, para serem os que menos denunciam comportamentos não éticos. O relatório é rico e uma análise mais completa ficará para outra ocasião.

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