"Ter inventários reduzidos ou clientes satisfeitos? A visibilidade como terceira via"

Artigo de opinião por Rui Soucasaux Sousa, docente da Católica Porto Business School
A gestão das cadeias de abastecimento tem como objetivo disponibilizar os produtos certos na altura certa aos clientes. A satisfação dos clientes depende largamente da medida em que este objetivo é atingido. Um dos principais desafios para atingir este desiderato é a crescente incerteza que se verifica nas cadeias de abastecimento. Exemplos de incerteza incluem flutuações inesperadas na procura dos clientes (e.g., recentes picos de procura na recuperação pós-pandemia), alterações em tarifas e guerras comerciais (e.g, relacionadas com a guerra na Ucrânia), constrangimentos de capacidade no transporte e na capacidade produtiva de fornecedores-chave (e.g., escassez de componentes eletrónicos e cereais), entre outros.
Uma das vias tradicionais para fazer face a estes níveis de incerteza e manter os clientes satisfeitos (isto é, continuando a assegurar a entrega dos produtos certos na altura certa) é o aumento dos chamados inventários de segurança, por exemplo, tendo mais produto nos armazéns para fazer face a picos inesperados na procura. A desvantagem é o custo de manter estes inventários adicionais, incluindo o custo do espaço e o custo financeiro.

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