Francisco Mota: “Os grupos académicos são uma experiência muito enriquecedora.”

Pessoas em Destaque

Francisco Mota é licenciado em Gestão pela Católica Porto Business School e é atual estudante do Mestrado em Finanças na mesma faculdade. Porquê estudar na Católica? “Porque é casa, é família, é relação.” Fascinado pela área das finanças, integra o Católica Porto Investment Club, grupo académico que tem como objetivo promover a literacia financeira. Apesar de ter muitas ideias na cabeça e vontade de criar o seu próprio negócio, os próximos meses serão, claro, dedicados à sua tese de mestrado. Viagem favorita? Nova Iorque. O que é que o move? “O impacto nas pessoas e a liberdade.”

 

Porquê estudar Gestão?

Eu queria começar o meu próprio negócio e sempre considerei que Gestão era o curso que me iria dar mais ferramentas para isso. Entrei logo para o curso com a ideia de seguir uma carreira individual, construir a(s) minha(s) empresa(s). No fundo, vim à procura de conseguir pôr isso em prática.

 

“O CIC promove a literacia financeira.”

 

Durante os três anos da licenciatura o que é que foi mais marcante?

A relação com os professores, sem dúvida. Na Católica há uma proximidade especial e sentimos isso verdadeiramente. A relação entre professores e alunos é muito estreita o que resulta em momentos de aprendizagem mais ricos, dentro e fora da sala de aula.

 

Desde o segundo ano da licenciatura, integra o Católica Porto Investment Club (CIC). Em que é que consiste?

Somos um grupo académico com o objetivo de promover a literacia financeira na comunidade académica e no país. Tentamos desmistificar todas as ideias erradas que há sobre os mercados financeiros em geral. Como? Organizamos eventos, temos um podcast, promovemos formações internas com profissionais e publicamos artigos regularmente. No fundo, somos um espaço onde não só pessoas que já gostam desta área podem aprender ainda mais, mas, também, procuramos ser um lugar onde as pessoas possam desenvolver o gosto e se deixem surpreender pelo mundo das finanças. O clube tem uma importância muito grande no meu percurso académico, por tudo o que já me proporcionou: as pessoas que conheci, as atividades em que tive e tenho a oportunidade de participar e organizar, assim como, o contacto com diferentes profissionais desta área. Estar ao serviço do clube e fazer parte da força que revolucionou o clube nos últimos anos é para mim uma grande honra. É também um grande orgulho ver o respeito e a admiração que o clube tem dentro e fora da universidade.

 

Porque é que os grupos académicos são tão importantes?

Muitas vezes os grupos académicos são a primeira experiência dos alunos numa espécie de organização e por isso é logo uma primeira escola importantíssima. Participar em grupos académicos dá-nos competências de gestão de tempo, gestão de stress, comunicação e trabalho em equipa. Também nos coloca em contacto com pessoas externas que têm muito valor para partilhar. É uma experiência muito enriquecedora, a nível pessoal e profissional.

 

“Quero ter ferramentas e competências que me permitam tomar decisões financeiras cada vez com mais qualidade.”

 

Qual é o envolvimento da Católica com os grupos académicos?

Tem sido crescente! Temos conseguido estreitar a relação e temos visto muitos dos nossos pedidos serem aceites. Por exemplo, quando um convidamos um executivo de uma empresa para ser orador num dos nossos eventos, não é só o CIC que ganha, mas também a própria universidade, talvez de outra forma esses mesmos convidados não estariam no campus. Até mesmo para o exterior da universidade, toda a comunidade pode verificar como os alunos da universidade marcam a diferença através destas iniciativas. Todos os envolvidos ganham com esta dinâmica e por isso faz sentido que haja cooperação e colaboração. Tem sido muito bom acompanhar o percurso do clube e perceber que não só tem crescido o seu projeto, mas, também, tem crescido o seu reconhecimento e a forma como a universidade o valoriza e o apoia.

 

O que é que gostava que existisse na Católica para os grupos académicos?

O que eu gostava mesmo era que existisse um espaço no campus destinado só para os grupos académicos. Um espaço de coworking, onde os estudantes pudessem trabalhar para os seus projetos, trocar ideias, discutir temas e fazer acontecer. Acima de tudo, que fosse crescente o valor que é atribuído à missão de cada um dos grupos, assim como o seu papel na comunidade académica.

 

É atual estudante do Mestrado em Finanças. O que é que o fascina nesta área?

O meu gosto pelas finanças surgiu, também, muito por influência do CIC. Comecei a interessar-me verdadeiramente, a conhecer pessoas com o mesmo gosto que eu e a investigar mais sobre o tema. Queria ter ferramentas e competências que me permitissem tomar decisões financeiras cada vez com mais qualidade. A licenciatura, por natureza, é mais abrangente, aliás deve-o ser, acabando por nos apresentar diversos temas muito interessantes, mas o que mais me chamou a atenção foram os mercados financeiros. Nesta área fascina-me a abrangência de funções que podem ser desempenhadas e o quanto se aprende diariamente, não só sobre finanças, como também sobre todas as outras áreas, por exemplo se quisermos avaliar um investimento numa empresa de biotecnologia, para chegarmos a uma conclusão com valor, vamos ter de estudar todo o setor, perceber o que distingue as diferentes empresas e concluir o que fará da empresa em análise um investimento de sucesso. No final desse processo vamos ter um conhecimento que muito provavelmente não teríamos de outra forma.
Infelizmente, estes temas são pouco queridos pelas pessoas e de certa forma até é mal visto. De maneira geral, as pessoas têm pouco conhecimento sobre os mercados financeiros e por isso conotam-no com ideias erradas, talvez por questões culturais muito próprias de Portugal, que não se verificam noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos.

 

“A Católica tem um ambiente muito rico e diverso.”

 

O que é que o tem surpreendido mais no mestrado? Até porque decidiu continuar na Católica …

Sim, confesso que a escolha não foi difícil (risos). Uma vez mais aquilo que me tem marcado são os professores, porque nos ensinam aquilo que fazem na sua vida profissional. O conhecimento que nos transmitem é justificado, é real, é prático. No fundo, é aquele tipo de conhecimento que não vem nos livros, nem nos powerpoints. Os professores trazem-nos a sua vida profissional e os exemplos são reais, contados e explicados pelos próprios protagonistas.

 

O que é que distingue a Universidade Católica no Porto?

Aqui vivemos um ambiente muito acolhedor. A Católica no Porto reúne pessoas de sítios muito distintos, acolhendo, também, muitos estudantes internacionais. É um ambiente muito rico. A proximidade dos professores é um traço muito marcante da identidade da Católica e, por isso, esta universidade vai para além da sala de aula, dos livros e dos slides. Vivemos um ambiente muito estimulante! A Católica é família, é casa, é relação.

 

Está neste momento com uma tese em mãos. Qual é o tema da sua investigação?

Resumidamente, a minha tese estuda a relação entre a remuneração dos executivos e a evolução da cotação das ações da respetiva empresa. Pretende concluir que as empresas, cujas equipas de gestão são pagas de uma forma mais variável (por exemplo, através pagamentos de ligados à evolução de certas medidas de performance) do que com salários fixos, têm melhor performance na cotação das suas ações. Se olharmos para empresas como Apple e Tesla, por exemplo, os CEO’s tem salários fixos quase “residuais” comparativamente ao que podem auferir com compensação variável, ligada à evolução de determinados parâmetros.

 

Trabalhou durante um ano numa empresa que processa pagamentos em criptomoedas. Como foi a experiência?

Foi muito boa e desafiante, visto que quando comecei ainda frequentava a licenciatura. Foi esta experiência que incentivou ainda mais o meu gosto pela área dos investimentos e por esta nova categoria de investimento em ativos digitais. Aprendi imenso e também foi determinante para o caminho que vim a escolher a seguir. Veio reforçar a minha certeza de que queria continuar a explorar a área das finanças.

 

Planos para o futuro?

Tenho muitas ideias (risos) e algumas já em prática. Quero mesmo lançar-me no meu negócio e vou continuar a trabalhar para isso. Mas, para já, tenho uma tese para concluir (risos).

 

Viagem preferida?

Nova Iorque. Já fui duas vezes e gostei imenso. É uma cidade que evolui muito com o tempo. Fui lá em 2016 e mais recentemente em março e parece que assisti a duas cidades diferentes. Todo o ritmo, a energia da cidade, as dimensões de tudo, especialmente numa cidade que respira e transpira mercados financeiros e onde é evidente que o american dream existe!
Acho que é uma viagem que nos dá uma noção de dimensão!

 

“Move-me a minha liberdade.”

 

Desejos para o futuro?

Em primeiro lugar, desejo que haja futuro (risos). Acredito no futuro e sou otimista. O meu principal desejo é que a sociedade não seja tão negativa como a tenho sentido. Parece que nos falta alguma capacidade de entusiasmo e de energia perante situações menos boas. Desejo que, no futuro, haja um otimismo mais generalizado, tenho a certeza que isso fará de nós mais capazes de enfrentar os problemas e de encontrar soluções conjuntas.

 

O que é que o move?

Diria que é a vontade de causar impacto positivo por onde passo e em quem vou conhecendo. Quero deixar uma marca positiva nas pessoas, nos projetos, no trabalho. Onde quer que eu esteja, tento dar-me inteiramente. Para além disto, move-me a minha liberdade. Até porque criarmos a nossa liberdade não é uma tarefa fácil, mas faço por isso.

 

 

pt
09-12-2022