Paulo Romano Martínez: “O voluntariado leva-me a sair do meu mundo.”

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Paulo Romano Martínez tem 20 anos e é estudante do 3º ano da Dupla Licenciatura em Direito e em Gestão, um programa conjunto da Católica Porto Business School e da Escola do Porto da Faculdade de Direito. Dedica-se a diferentes projetos de voluntariado e também integra a Associação de Estudantes da CPBS e a Católica Students’ Consulting. Direito ou Gestão? O Direito está-lhe no coração, mas acredita que a complementaridade entre as duas áreas é muito enriquecedora.

 

Qual é o seu lugar favorito do campus da Universidade Católica no Porto?

Se me perguntar isso em época de exames, direi, muito provavelmente, que é a biblioteca (risos). O espaço que mais gosto é o átrio central, porque é o local onde todos se reúnem. Encontra-se sempre alguém com quem se fica à conversa e é isto que eu mais gosto na universidade: a possibilidade de relação, encontro e partilha entre as pessoas. 

 

Porquê a Dupla Licenciatura em Direito e em Gestão?

A minha principal vontade era estudar Direito, mas depois apercebi-me que a Católica me dava a oportunidade de num só programa estudar aquilo que queria, o Direito, e ainda complementar a minha formação com a Gestão. É uma grande mais valia para o meu percurso e vai abrir-me muitas possibilidades no futuro. Escolhi a Católica porque é a única que oferece um programa de Dupla Licenciatura em Direito e em Gestão, além de ser também muito prestigiada e reconhecida.

 

Porquê o Direito?

Aquilo que me começou a fascinar nesta área foi a argumentação e a discussão à volta de diversos temas. Só quando entrei na universidade é que trabalhei o raciocínio jurídico e é isso que me apaixona e me prende. Ir para além daquilo que é a lei, mergulhar profundamente nas questões e nos princípios que estão por trás de qualquer coisa, perceber como é que se pode aplicar e quando.

 

Apesar de o Direito ser a sua eleição, de que forma é que o estudo da Gestão lhe dá boas ferramentas?

A Gestão dá-me uma componente prática grande que me é muito útil. A forma de raciocínio é muito diferente da do Direito, mas é uma mais valia muito grande e é complementar. A complementaridade entre as duas áreas é imensa e é por isso que a Dupla Licenciatura nos dá uma bagagem grande e é tão reconhecida e valorizada pelo mercado de trabalho.

 

“O voluntariado dá sentido à minha vida.”

 

O que é que melhor caracteriza a Universidade Católica?

Na Católica, há uma proximidade grande entre professores e alunos, mas também entre todos os alunos. É uma proximidade que se sente a todos os níveis e que acompanha sempre o nosso percurso. A Católica, também, oferece uma panóplia de projetos e iniciativas que desafiam os estudantes e que ajudam no desenvolvimento de outro tipo de competências. A universidade possibilita-nos uma formação integral que nos valoriza muito.

 

Como é exemplo o voluntariado… De que forma é que esta dimensão é importante na sua vida?

Comecei a fazer voluntariado porque os meus irmãos já faziam voluntariado. Mais tarde já era eu a convencer os meus amigos a participarem também. Foi sempre por uma rede de contágio. A partir do momento em que comecei, apercebi-me que dava sentido à minha vida. As pessoas que ajudo ganham com o meu trabalho e eu ganho com elas, porque o voluntariado leva-me a sair do meu mundo e dos meus próprios interesses. É inexplicável, porque só vivendo é que se percebe como é bom servir.

 

É membro da Direção Nacional da Associação Rabo de Peixe Sabe Sonhar. Em que é que consiste o projeto?

É um projeto vinculado à Companhia de Jesus e aos seus centros universitários, que  tem como objetivo o desenvolvimento das famílias de Rabo de Peixe, em São Miguel, nos Açores. A nossa ação prende-se com a organização de uma colónia de férias para as crianças, no Verão, e também com visitas de acompanhamento ao longo do ano. Há algum tempo tinha o sonho de ir para África fazer voluntariado, mas quando conheci Rabo de Peixe pensei “Porquê ir tão longe?”.

 

“Todo este meu envolvimento tem-me ajudado a crescer e a fomentar as minhas competências.”

 

Também participa na Missão País, um projeto católico de universitários.

É um projeto católico que tem como objetivo levar Jesus às Universidades e evangelizar Portugal através do testemunho da fé, do serviço e da caridade. Cada faculdade ou universidade organiza uma missão de voluntariado que decorre uma vez por ano, em zonas do interior do país, onde estão as pequenas comunidades mais isoladas. A missão da Católica no Porto vai decorrer em Arcos de Valdevez. É um projeto no qual se trabalham diferentes dimensões. A primeira é a missão externa, é a semana de voluntariado propriamente dita, onde os missionários fazem serviço em lares, creches, nas casas das pessoas, entre outros. A segunda é a missão interna e prende-se com a relação que se cria entre todos os missionários e pela forma como esta relação vai marcar as suas vidas na universidade. A semana de voluntariado é apenas um ponto de partida. Costumo até dizer que a verdadeira missão começa quando a semana de voluntariado acaba. É no nosso dia-a-dia que estamos em missão. Sempre em paralelo com estas dimensões está a terceira que é a missão pessoal de encontro, oração e proximidade com Deus.

 

De que forma é que o voluntariado lhe dá competências para o mundo profissional?

Já participei em diferentes projetos de voluntariado e apesar da componente basilar do trabalho no terreno, há uma estrutura organizativa, na qual também me tenho vindo a inserir, que não é assim tão diferente da de uma empresa. Gestão de trabalho, liderança, formação de voluntários, recolha de fundos. Todo este meu envolvimento tem-me ajudado a crescer e a fomentar as minhas competências. Ao voluntariado vou buscar conhecimento para aplicar noutras áreas e nestas também ganho experiências para depois aplicar no voluntariado. Tudo se complementa.

 

Para além do voluntariado, também integra a Associação de Estudantes da CPBS (AECPBS) e a Católica Students Consulting (CSC).

Na AECPBS comecei por integrar o Departamento Solidário e depois passei para a Direção, no Departamento de Relações Externas. Na CSC fui recrutado para o departamento de projetos internos. Depois como surgiram outros projetos, tive de abdicar do lugar, que me ocupava muito tempo, e agora estou no Conselho Fiscal, com uma função mais institucional.

 

Há tempo para tudo?

Quando se faz por gosto, há tempo para tudo.

 

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02-02-2023