Projeto de investigação alia as Neurociências ao desenvolvimento de jogos para telemóveis

Diante do cenário altamente competitivo, do ritmo das inovações tecnológicas e dos curtos ciclos de vida dos produtos, as empresas precisam de ter em atenção um número maior de exigências por parte dos seus públicos-alvo, incluindo a validação científica dos seus produtos. Patrícia Oliveira-Silva, coordenadora do projeto na Faculdade de Educação e Psicologia (FEP), explica que “o GAIN surgiu através de um pedido de parceria da Infinity Games ao Human Neurobehavioral Laboratory da Faculdade, com o propósito centrado em investigação e inovação que aliasse as Neurociências à área do desenvolvimento de jogos para telemóveis”.
                                                                
No projeto GAIN (Games for Anxiety Inquired through Neuroscience): The Effects of playing mobile games in anxiety and neurocognitive functions, o Human Neurobehavioral Laboratory (HNL/FEP/UCP) e a Infinity Games são parceiros e assumem a responsabilidade conjunta de desenvolverem uma nova tendência no mercado: a validação científica de produtos. O papel do HNL é o de disponibilizar uma ampla experiência no desenho e implementação de estudos científicos, infraestruturas de investigação e recursos humanos preparados para garantir o sucesso da investigação. A Infinity Games disponibiliza suporte financeiro a jovens investigadores, conhecimento no desenvolvimento e comercialização de produtos, uma ampla gama de produtos inovadores nessa área e informação anónima dos utilizadores.

Passamos por tempos desafiantes e queremos que os nossos jogos sejam uma ferramenta para lutar contra esses desafios. Este projeto irá ajudar-nos nessa nossa missão”, refere João Ramos, Head of Business Development da Infinity Games. “Somos uma empresa que está verdadeiramente atenta para com o bem-estar das pessoas que utilizam os seus jogos”, salienta João Ramos, explicando que “desde o início que a nossa preocupacão passa por, para além de providenciar momentos de entretenimento, criar experiências que possam ser redutoras de stress e de ansiedade.

Sobre os desafios colocados por esta parceria, João Ramos refere que “os desafios que se colocam prendem-se com o contexto que atravessamos e não com a parceria em si. Em primeiro lugar, a indústria dos jogos não tem, de forma geral, um relacionamento muito positivo com a saúde. Depois, o mercado dos jogos é um mercado de rápida evolução e transformação, que exige decisões muito rápidas e foco quase exclusivo na receita do próximo trimestre ou dos próximos seis meses, enquanto que, nós estamos focados em como vamos produzir os melhores jogos do mercado dentro de um ou dois anos, aliando as nossa experiências imersivas aos relaxamento”. “Avizinham-se tempos de muita colaboração e investimento”, conclui.

Um dos grandes objetivos deste projeto é o de “criar uma parceria a longo prazo entre os dois parceiros que represente uma boa prática que interliga interesses, valores, investimento, estratégias e objetivos comuns”, explica a investigadora. Ao longo do projeto GAIN, a equipa pretende também desenhar e validar novos protocolo de validação de produtos, que são aplicados como uma ferramenta para incentivar a mudança comportamental e promover atitudes desejadas em diferentes dimensões, e a aplicação de técnicas das Neurociências que procurem validar o efeito de jogos, desenvolvidos pela empresa Infinity Games, no bem-estar dos seus utilizadores, nomeadamente na ansiedade e noutras funções neurocognitivas.

Este projeto de investigação está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar composta pela investigadora e diretora do Human Neurobehavioral Laboratory (HNL/FEP/CEDH), Patrícia Oliveira-Silva, em parceria com Pedro Miguel Rodrigues, responsável pela área de Processamento de Sinal do Centro de Investigação CBQF (CBQF/ESB/UCP), e dois estudantes de mestrado do HNL, Pedro Ribeiro (ESB) e Miguel Ferreira (FEP/UCO). Atualmente, os dados estão a ser recolhidos e o estudo será concluído no final do mês de março.

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10-02-2022