"Jobs e Cook: o mito e o seu sucessor"

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"Jobs e Cook: o mito e o seu sucessor"
Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2022 in Líder Online

Artigo de opinião por Arménio Rego, docente da Católica Porto Business School.
Steve Jobs é um dos grandes ícones da liderança empresarial dos tempos modernos. Integra o reino das figuras empresariais quase mitológicas. Quando Tim Cook lhe sucedeu, numerosos analistas, clientes e observadores vaticinaram que a Apple empalideceria, tanto no plano simbólico quanto no económico-financeiro. Jobs era narcisista, abrasivo, por vezes cruel, disruptivo e visionário – Cook é humilde, pronto a partilhar o palco e os louros com a sua equipa, capaz de pedir espontaneamente desculpas, diplomático (conseguiu insuflar o ego de Trump para lhe “dar a volta”), e exímio em processos e eficiência. Como poderia um Cook circunspecto ombrear com um Jobs carismático?
Poucos terão respondido de modo tão cético a esta pergunta quanto Larry Ellison, então CEO da Oracle e seu cofundador. Ellison, amigo de Jobs e inebriado pela sua capacidade de liderança, apontou um facto: a Apple, que tinha decaído após a saída de Jobs em 1985, reerguera-se após o regresso do mito em 1997. Fazendo jus a essa observação, Ellison foi perentório numa entrevista à CBS, em Agosto de 2013: “Bem, já sabemos. Já vimos. Já realizamos o experimento. Quer dizer, já foi feito. Vimos a Apple sem Steve Jobs, vimos a Apple com Steve Jobs. Vimos a Apple com Steve Jobs, agora vamos ver a Apple sem Steve Jobs. (…) Não estou a subestimar a Apple. Gosto de Tim Cook. Penso que lá há abundante talento. Mas Steve é insubstituível”.

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