Centro de Biotecnologia e Química Fina celebra a importância do microbioma para a saúde, ambiente e setor agroalimentar

Community microbiomes & microbiome communities foi o tema do primeiro CBQF Day, a mais recente iniciativa do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto. Dividido em dois momentos, o primeiro no qual 21 investigadores do CBQF apresentaram parte do seu trabalho sobre diferentes microbiomas e, o segundo, que contou com a presença da Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Madalena Alves, que abordou algumas oportunidades de financiamento da FCT como o Programa Restart e o ERC - Portugal Program. O evento pretendeu abordar a importância fundamental que o microbioma tem na saúde humana, na agricultura e nos alimentos e na proteção ambiental.

 

 

Ao longo da tarde os participantes tiveram a oportunidade de ouvir as palestras sobre “Microbiomas no CBQF”, por Manuela Pintado (diretora do CBQF/ESB/UCP); “Como desbloquear microbiomas para a saúde humana, animal e ambiental”, pelo investigador Hauke Smidt (Wageningen University and Research); “Da Saúde à Doença: interação microbiota-hospedeiro”, por Diogo Pestana (Nova Medical School/CINTESIS); “Microbioma oral na saúde e na doença”, por Benedita Sampaio Maia (i3S); “Embaixadores do Microbioma: A Comunidade Microbioma na SFS Network - um grupo para quebrar silos e discutir tópicos relacionados ao microbioma”; “Descoberta de novas enzimas termofílicas a partir da análise de metagenoma”, por Conceição Egas (CNC); “Microbioma intestinal humano: aspetos gerais e modulação na prática clínica”, por Manuela Estevinho (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/ Espinho).

 

 

O evento permitiu “mostrar o crescimento do CBQF, enquanto Laboratório Associado com mais de 245 investigadores que desenvolvem o seu trabalho em 4 linhas de investigação - Ambiente e Recursos; Alimentos e Nutrição; Produtos de Base Biológica e  Biomédica; e Soluções de Fermentação – e que conta com 7 plataformas, nomeadamente em Química Analítica; Bioativos; Cultura Celular e Biologia Molecular; Análise Estrutural; Consumo e Ciência Sensorial; Kitchen Lab e Embalagem e Materiais”, referiu Manuela Pintado.

No total, o CBQF conta com mais de 245 investigadores (onde 48% deles com PhD) e detém 43 patentas ativas. Ao longo dos últimos cinco anos da sua existência foram desenvolvidos mais de 170 projetos de investigação, com um volume de financiamento na ordem dos 25 milhões de euros. De referir ainda a publicação em mais de 880 papers (85% em parceria com outros parceiros de 102 países), contando com 170 empresas parceiras, a nível nacional e internacional.

 

Porquê o microbioma?

O microbioma descreve uma comunidade de diferentes microrganismos que ocupa um determinado ambiente, e como os diferentes microrganismos interagem entre si e com as condições circundantes. A investigação do microbioma tornou-se uma área científica de elevada relevância como parte integrante de muitos campos da ciência, incluindo as áreas acima mencionadas. Neste sentido, “é fundamental estimular a investigação de microbiomas que liguem os ecossistemas, promovam processos de cocriação para desenvolver novas aplicações, assegurem educação e literacia para aumentar a conscientização da comunidade, estimulem estruturas regulatórias adequadas e permitam redes nacionais e internacionais na área”, salientou Manuela Pintado, diretora do CBQF. Isso permitirá o desenvolvimento de aplicações biotecnológicas e inovações de produtos, fazendo uso das funções do microbioma e para promover sistemas mais sustentáveis e resilientes. Este evento permitiu assim “partilhar a diversidade dos microbiomas e criar um espaço de discussão entre investigadores para entender o papel fundamental dos microbiomas,” indicou Manuela Pintado.

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02-02-2023