Encontro Internacional “O diaconado feminino. Uma questão em aberto”

12.04.2019 10:00
Faculdade de Teologia | Sala EA230 | Campus Foz

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Universidade Católica Portuguesa - Porto | Campus Foz | Sala EA230
Phyllis Zagano e Bernard Pottier sj (membros da Pontifícia Comissão de Estudo do Diaconado feminino) 
Moderação: António Abel Canavarro
 
O Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião (CITER), da Universidade Católica Portuguesa, organiza no próximo dia 12 de abril de 2019 um encontro com Phyllis Zagano e Bernard Pottier sj, membros da Comissão Pontifícia para o Estudo do Diaconato feminino, instituída em Agosto de 2016 pelo Papa Francisco, com o objectivo exclusivo de estudar a história e teologia do diaconado feminino.
 

A questão central estudada pela comissão foi a de saber se o diaconado permanente, restabelecido a partir do Concilio Vaticano II como “grau próprio e permanente da hierarquia“ (Lumen Gentium 29) e aberto aos homens casados por não constituir mais um estado transitório em vista da ordenação presbiteral, possa ser conferido igualmente às mulheres cristãs, comprometidas em serviços eclesiais específicos e concretos. 
 
Tendo em conta que, como comprovado por inúmeras evidencias documentais, o diaconado feminino existia na Igreja das origens e se manteve na Igreja ocidental até ao 12 séc. (e até mais longamente na Igreja oriental), a pesquisa histórica a fazer foi a de reconstruir que tipo de funções diaconais eram reconhecidas às mulheres e que tipo de ordenação sacramental lhes era conferida. Esta análise historiográfica sobre o passado é um pressuposto indispensável para uma reflexão teológica atualizada sobre a possibilidade e oportunidade da inclusão das mulheres na ordenação diaconal. 
 
Perante a fragmentação das posições teológicas e pastorais em relação a este tópico (entre apoiantes incondicionais do restabelecimento do diaconado feminino, como o cardeal Kasper, e oponentes como o Cardeal 
Müller), o Papa Francisco escolheu uma linha de reflexão construtiva, que libertasse este tópico de um debate ideológico ou de uma batalha de género, entregando-o a um discernimento ponderado, de perfil histórico, eclesial e teológico universal, capaz de responder à vocação originária da Igreja e à sua missão na história.
 
As conclusões da Comissão, depois de quase dois anos de trabalho, foram entregues ao Papa Francisco em dezembro de 2018 e ainda não foram tornadas públicas. Está por inteiro na posse do Sumo Pontífice decidir quando, como, e o que responder aos resultados e às recomendações que lhe foram dirigidos. 
 
Os membros da Comissão entendem que um primeiro grande fruto do seu trabalho é ter aberto uma linha de reflexão e de debate dentro da Igreja, tanto ao nível dos fiéis como dos Pastores, num espírito construtivo, evitando polarizações e conflitos, e mantendo a reflexão no plano das evidências históricas e da fidelidade teológica à Palavra e à Tradição. O estudo exige-nos a todos, homens e mulheres, repensar e eventualmente redescobrir o papel, a figura e os carismas da mulher dentro da Igreja Católica. Trata-se agora de dar desenvolvimento concreto e não puramente retórico a esta instância, que envolve direta e urgentemente a maioria dos fiéis (pois que mais do que a metade dos católicos são mulheres). 
 
É grande, por isso, a expectativa em relação à resposta que será dada pelo Papa Francisco. É imensa a confiança nas suas decisões, porque, como diz Phyllis Zagano, ele saberá escolher os tempos e os conteúdos da sua tomada de posição pública: “Ele é homem de consenso na escuta daquilo que a Igreja precisa”, por isso, aquilo que ele resolverá “será o melhor para a Igreja”.
 
No decorrer da sessão a Paulinas Editora apresenta o livro “Mulheres Diáconos. Passado, presente e Futuro”.