Comunidade de investigação da Católica comprometida com a Inovação

A comunidade de investigação da Universidade Católica Portuguesa (UCP) esteve reunida num evento pioneiro – CARE to Innovate - que promoveu a aprendizagem e o diálogo em torno da Inovação.

Um evento “multidisciplinar” e “totalmente dedicado à investigação” que permitiu “destacar o caminho da Inovação da Universidade Católica”. As palavras são de Isabel Braga da Cruz, presidente do Centro Regional do Porto da UCP, que abriu a conferência, dando as boas-vindas a todos os participantes e desafiando a comunidade para um debate profícuo e enriquecedor.

O CARE to Innovate decorreu a 27 de junho, no campus da Católica no Porto, e reuniu diretores das faculdades e centros de investigação, docentes, investigadores e estudantes de doutoramento e pós-doutoramento dos campi do Porto, de Braga, de Viseu e de Lisboa.

Através do evento, a UCP pretende abrir as portas para o futuro, dando lugar ao diálogo e à partilha de conhecimento, enquanto condição imprescindível para um caminho de evolução.

 

O poder das Universidade

“Temos um tremendo poder de inovar nas universidades”, afirma Filipe Santos, dean da Católica Lisboa School of Business & Economics. Durante a sua palestra, intitulada “Inovação com propósito”, o docente partilhou diferentes exemplos que reforçaram a importância de inovar com um propósito. O orador reforçou a importância do “empreendedorismo social” e da “inovação social”, capaz de “gerar impacto” e de dar resposta a necessidades sociais. Uma partilha motivadora sobre o desafio e a oportunidade dos empreendedores sociais. 

“Temos uma responsabilidade grande de contribuir para o desenvolvimento e para o progresso”, concluiu.

O CARE to Innovate abordou a Inovação nas suas diferentes vertentes – social, cultural, pedagógica e tecnológica – através de um olhar multi e interdisciplinar.

Alex Standen, responsável de Desenvolvimento Académico da The London School of Economics and Political Science, foi, também, uma das oradoras da parte da manhã do evento com a palestra “Get inspired – Aprendizagem ao longo da vida.”.

 

Inspirar, aprender, refletir

Alex Standen, numa apresentação inspiradora, agregou diferentes ideias-chave que convidam à reflexão de um caminho de liderança e de consciência da importância do desenvolvimento académico e pedagógico. A oradora pretendeu, através do seu percurso, partilhar a sua experiência de desenvolvimento de liderança e também como se pode apoiar os outros em processos de liderança.

Quais são os valores que orientam o percurso e o trabalho de cada um? Todos os participantes da conferência foram convidados a responder a esta questão, através da utilização de uma aplicação interativa que permite partilhar as respostas no imediato. Respeito, integridade, transparência, empatia, responsabilidade, ética, cuidado e rigor científico foram alguns dos valores partilhados pela comunidade de investigação da Católica.

Durante a apresentação, a oradora destacou, também, a importância do “trabalho colaborativo” e da capacidade de se ser “flexível, ágil e adaptável”, tudo condições essenciais para a mudança. 

Para rematar, Alex Standen deu a conhecer o Kotter’s 8 step-process for leading change, que começa precisamente com o “sentido de urgência”: o que queremos mudar?

 

A Inovação Pedagógica

Diana Soares, docente da Faculdade de Educação e Psicologia e coordenadora do Católica Learning Innovation Lab (CLIL), começou por referir na sua apresentação que “para se perceber o futuro da educação, é preciso compreender o futuro do mundo do trabalho”.

Quais são as novas profissões, qualificações e competências? Na sua apresentação, intitulada “Inovação na Educação”, Diana Soares alerta para a importância de se refletir sobre os modelos de ensino e de aprendizagem, de forma a que sejam adaptados à novidade dos tempos e de forma a que se consiga transformar positivamente o Ensino Superior.

Durante a palestra, a oradora deu a conhecer o CLIL, criado em 2021, na UCP, com o intuito de promover e estimular a Inovação Pedagógica nos vários Centros Regionais da Universidade. Adotando uma perspetiva interdisciplinar, o laboratório procura identificar, desenvolver e ensaiar abordagens pedagógicas inovadoras, contando para tal com a colaboração de docentes, investigadores e estudantes, bem como de elementos do tecido empresarial e da sociedade civil.

 

Quais são os desafios da transferência de conhecimento?

“Transferência de conhecimento e empreendedorismo” foi o título da apresentação de Susana Costa e Silva, docente e investigadora da Católica Porto Business School. Durante a apresentação abordaram-se os principais desafios da transferência de tecnologia e as competências mais relevantes a desenvolver: “investir num planeamento, ter uma boa equipa, apostar numa colaboração efetiva, alicerçada em confiança, comunicação, compromisso e valores partilhados, ter os recursos certos, compreender o ecossistema envolvente onde a tecnologia vai surgir”, entre outros.

Na parte final, Susana Costa e Silva fez referência ao modelo VUCA que define o mundo atual: “Volatilidade” (volatillity), “Incerteza” (uncertainly), “Complexidade” (complexity), e “Ambiguidade” (ambiguity). Perante este cenário, a oradora refere ser “altamente recomendável estar atento a quaisquer alterações da situação e contexto”.

Vítor Dinis, sócio da Pathena, foi o último orador do evento com a apresentação denominada “Get inspired again – Ultrapassando barreiras”, que teve como objetivo expor uma perspetiva desafiante das barreiras a ultrapassar na aplicação das descobertas das Universidades nas empresas e na sociedade.

Durante a apresentação, Vítor Dinis referiu a importância do papel e do contributo das universidades: “as universidades realizam investigação que constitui a base das spin-offs; gerem e protegem a propriedade intelectual; os gabinetes de transferência de tecnologia ajudam os investigadores no processo de comercialização; as universidades fornecem estruturas de apoio como incubadoras e aceleradoras.”

Peter Hanenberg, vice-reitor da UCP para a inovação e investigação, durante a sessão de encerramento do evento, afirmou que o encontro entre toda a comunidade de investigação da Católica é “um passo importante”, porque é mais um sinal do compromisso que a Universidade tem com a Inovação. O vice-reitor afirmou, também, que “a investigação e a inovação andam lado a lado e não vivem uma sem a outra”. “Através da investigação questionamos o mundo e através da inovação resolvemos os problemas do mundo”, concluiu.

Também João Pereira, do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde, que guiou os vários momentos do evento, referiu que é gratificante ver que a Universidade Católica “não funciona enquanto um conjunto de células, mas, sim, enquanto um verdadeiro organismo”.

 

Discutir, dialogar, participar

Ao longo de todo o evento, foram decorrendo diferentes mesas redondas através das quais se pôde aprofundar os temas apresentados pelos vários oradores. O objetivo foi colocar em discussão os diferentes temas, dando voz a elementos da comunidade de investigação da Católica.

“Inovação social e cultural na UCP” foi a primeira mesa redonda e contou com a participação de Filipe Daniel Martins (ATES), de Ana Oliveira (CRC-W) e de Frederico Fezas-Vital (FCEE) e com a moderação de João Pereira (CIIS).

A “Inovação pedagógica na UCP” esteve em debate na segunda mesa redonda, tendo contado com a moderação de Amanda Franco (FEP) e com a participação de Maria José Correia (CIIS), de Pedro Mateus (FM) e de Ângela Azevedo (CEFH). Os participantes refletiram sobre a relevância e o potencial da inovação pedagógica, tendo como foco principal a cultura da Universidade Católica.

A última mesa redonda do evento, decorrida durante a parte da tarde, debateu sobre “A realidade empreendedora da Universidade Católica”. Novamente com a moderação de João Pereira, a mesa redonda contou com a participação de João Cortez e Ricardo Gómez-García, ambos do CBQF.

Durante a parte final do evento, foram promovidas duas sessões de discussão, lideradas por João Cortez (CBQF) e Patrícia Oliveira-Silva (FEP/CEDH) subordinadas aos temas “Como fomentar o empreendedorismo e a criação de serviços internos da UCP?” e “Como assegurar um papel mais ativo e visível da UCP na relação com a sociedade?”.

Os temas foram discutidos em pequenos grupos, havendo a oportunidade de trocar ideias e sugestões, que contribuem para tornar a Católica numa Universidade cada vez mais inovadora e empreendedora. Todos foram convidados a desenhar, em conjunto, uma estratégia de Inovação e Empreendedorismo para a UCP. O encontro CARE to Innovate foi uma oportunidade de olhar para dentro para projetar o futuro.

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29-06-2023