É possível mudar a gramática escolar? Já está disponível o 24º número da Revista Portuguesa de Investigação Educacional

 

MUDAR A ESCOLA TAREFA [IM]POSSÍVEL” é o nome do 24º número da Revista Portuguesa de Investigação Educacional, a revista científica da Faculdade de Educação e Psicologia (FEP) da Universidade Católica Portuguesa, editada pela Universidade Católica Editora.

Trata-se de um número interpelante da Revista, pois procura responder a uma questão essencial: é possível mudar a gramática escolar?

Joaquim Azevedo, docente da FEP, explica que “no já longínquo ano de 1994, David Tyack e William Tobin interrogavam-se sobre por que era tão difícil mudar "the Grammar of Schooling", isto é, a estrutura e as regras de organização e funcionamento das escolas, passando pelo currículo, pelos espaços, pelos tempos, pelo modo de agrupar alunos e professores, pelas diversas “grades” que parecem aprisionar a liberdade de pensar, organizar e praticar a escolarização segundo outras lógicas e modos.”

Neste número, debate-se esta questão, mostrando as evidências das (im)possibilidades. O que se tem feito à escala nacional e internacional e que ajuda a compreender quais são os becos e os caminhos de uma metamorfose educativa que esteja ao serviço das pessoas.

Joaquim Azevedo destaca, também, Richard Elmore, “um célebre professor de Harvard”, que chegou a “descrer da possibilidade das políticas centralizadas e da matriz uniforme produzirem melhorias expressivas, das escolas aprenderem, de poderem ser comunidades profissionais de aprendizagem e lançou um forte movimento de defesa dos Massive Open Online Courses (MOOCs) abertos a aprendizagens de todas os sujeitos interessados.” No seu entendimento, “a instituição escolar era uma fábrica de credenciais com escassa ou nula relevância para o desenvolvimento do ser humano, sendo relevante que as pessoas pudessem aprender tudo o que lhes interessasse em qualquer tempo e lugar."

“Sabe-se, entretanto, que, no campo educativo, 'não se pode mudar por decreto'”, explica. “Que a lógica do comando e do controlo não produz resultados satisfatórios”, conclui.

Diversos outros autores, como Santos Guerra e Antonio Bolivar, interrogam-se sobre os motivos das “escolas não aprenderem”, colocando em crise o conceito das organizações que aprendem e que deveriam melhorar continuamente a partir da autoavaliação dos seus processos e resultados educativos.

A Revista Portuguesa de Investigação Educacional dedica-se ao estudo, à prática e à investigação no âmbito das Ciências da Educação ou das Ciências Sociais e Humanas com relevância para a área da Educação.


Encontram-se abertos os Call for papers para as duas edições da Revista Portuguesa Investigação Educacional de 2023:

1 - Ensinar e aprender na era dos ecrãs, re-imaginar a educação
Data limite: 31 de agosto de 2023

2 - Lideranças, bem-estar e justiça
Data limite: 31 de dezembro de 2023

Contacto: rpie@ucp.pt
 



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17-04-2023