Estudante de Direito com a média mais alta das licenciaturas da Católica no Porto recebe Prémio S. Francisco de Assis

 

Na Cerimónia de Bênção e Entrega de Diplomas dos Graduados das Licenciaturas do ano letivo de 21/22, Diana Camões foi premiada com o Prémio S. Francisco de Assis (atribuído ao estudante com a média mais elevada de todas as licenciaturas da Universidade Católica do Centro Regional do Porto) e, também, com o Prémio Francisco Carvalho Guerra (atribuído ao estudante com a média mais alta da Licenciatura em Direito).

Conversamos com a estudante de Mestrado em Direito Internacional e Europeu sobre este importante marco na sua vida pessoal e académica:

Qual era a sua rotina de estudo ao longo da licenciatura?
Uma boa rotina de estudo passará necessariamente pela conjugação de três fatores. Desde logo, ir às Aulas. Este é o primeiro passo essencial, pois além de nos permitir perceber a matéria, dá-nos a oportunidade de esclarecer todas as dúvidas. No final de cada dia, procurava estudar o assunto discutido em aula, complementando os meus apontamentos com a consulta dos Manuais. Muitas vezes, no nosso curso, poderá haver a perceção (e, a meu ver, errada) de que bastará estudar por resumos que circulam entre alunos. Nada pode dispensar a leitura da Doutrina. Isto é ainda mais evidente em cadeiras com doutrina muito dispersa (por exemplo, Direito das Obrigações) onde não é, de todo, suficiente estudar por apenas um único livro. Assim, ao longo da Licenciatura, foi essencial manter um estudo contínuo, de forma a não acumular a matéria. Por último, e tendo em conta que a Faculdade nos dá essa oportunidade, considero essencial realizar as Avaliações Contínuas, pois isso permite-nos ter sempre os conteúdos em dia e preparar para os Exames Finais.

Este prémio é fruto de muito esforço. De que forma é que conseguiu equilibrar o estudo com as outras vertentes da sua vida?
O segredo está na organização. Eu sempre fui muito metódica, adoro cumprir prazos e não consigo deixar tudo para a última (fugindo um pouco à típica mentalidade portuguesa). Claro que, ao longo do semestre, isso nem sempre é possível, devido às avaliações que temos. Em determinadas circunstâncias, foi difícil conciliar com a minha atividade política. Perdi a conta às semanas que me obrigavam a chegar a casa muito tarde devido às constantes reuniões (muitas vezes noutros distritos do país). Nesse aspeto, as aulas online foram essenciais para conseguir estar em vários sítios ao mesmo tempo. Lembro-me perfeitamente de ter assistido à última aula antes do teste de Processo Executivo e dos Recursos no Alfa, apesar da ligação wifi bastante rudimentar. Por outro lado, o sucesso académico implica, necessariamente, um equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, sabendo reconhecer as nossas limitações. Por isso, procuro preencher os meus tempos livres com tudo o que não tenha a ver com a faculdade. Essa será sempre a chave para bons resultados.

É possível ser um estudante dedicado e usufruir de todas as diferentes esferas da vida universitária?
Quando entrei no ensino superior, o meu objetivo sempre foi estudar e aprender mais. Não considero, no entanto, que isso seja incompatível com as outras vertentes da vida universitária. Tudo depende dos objetivos de cada um e das prioridades que sejam estabelecidas. Além do estudo propriamente dito, procurei participar ativamente nos grupos académicos com os quais me identifiquei. Por essa razão, fiz parte da Direção da Sociedade de Debates durante dois anos e fui Mentora Fundadora do Projeto de Mentoria da FDUCP. Este último foi o que mais gozo me deu. Desde 2020, tive a oportunidade de contribuir para a melhoria do rendimento académico dos estudantes inscritos, através do sucessivo esclarecimento de dúvidas e partilha de conhecimento. Dei o meu contributo e, por isso, com o sentimento de missão cumprida considero ser o momento certo para sair deste Projeto e abraçar novos desafios. Brevemente, iniciarei a minha Colaboração no Observatório de Aplicação do Direito da Concorrência, enquanto Colaboradora Júnior, o que me deixa muito entusiasmada.

Que planos tem para o seu futuro académico?
Recentemente, venci o Concurso Call for Papers - Direito do Consumo, organizado pelo CNED em parceria com o NOVA Consumer Lab e JurisNova. O Prémio consistirá na publicação do meu primeiro artigo científico (“Dados Pessoais como contraprestação no Direito do Consumo: Análise do Facebook à luz do novo regime legal”) no Anuário do NOVA Consumer Lab, o que será um grande orgulho para mim. Neste momento, encontro-me a realizar o Mestrado em Direito Internacional e Europeu. Simultaneamente, estou a fazer uma Pós-Graduação Avançada em Direito da Proteção de Dados, no Centro de Investigação de Direito Privado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, pois pretendo ser consultora nesta área. Adicionalmente, pretendo seguir a carreira académica, pelo que iniciarei o Doutoramento imediatamente após concluir o Mestrado.

Que memórias leva destes quatro anos de curso?
O meu sonho sempre foi estudar Direito e, nestes últimos 4 anos, almejei muito mais do que alguma vez poderia imaginar e desejar. Ainda antes de terminar o ensino secundário, sabia que só poderia estudar na melhor Faculdade de Direito do país: a Católica do Porto. Guardo alguns amigos para a vida, que estiveram comigo nos momentos de alegria, mas também nos momentos mais difíceis do curso. Os seres humanos distinguem-se por aquilo que conseguem deixar nos outros. Guardarei na minha memória alguns professores desta casa pelo apoio, pelos valores transmitidos, pelo incentivo à investigação e pelos desafios que me colocaram. Neste percurso superei-me a mim própria várias vezes e acho que deve ser isso que deve nortear a vida de um Estudante.

A Cerimónia de Bênção e Entrega dos Diplomas de Mestrados realizou-se no dia 4 de novembro de 2022, no Auditório Ilídio Pinho.

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03-11-2022