“Pisar suavemente sobre a Terra”: o novo ciclo de conferências, exposições e performances da Escola das Artes

Entre 16 de fevereiro e 22 de maio, a Escola das Artes (EA), da Universidade Católica no Porto, vai promover um ciclo internacional de conferências, exposições e performances que promete desafiar à compreensão e à transformação da nossa relação com a Terra. “Pisar suavemente sobre a Terra” é o mote que lhe dá o nome e que coloca no centro o pensamento do filósofo e ativista Ailton Krenak.

O ciclo “Pisar suavemente sobre a Terra” integra poesia, artes visuais, música, filosofia, cinema, performance e literatura. São múltiplas as formas de arte que vão animar e fomentar o pensamento. Ellen Lima, Permafrost, Takumã Kuikuro, Trudruá Dorrico, Uyra Sodoma e Elena Lopez Riera são alguns dos artistas que marcam a agenda.

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes, afirma que este ciclo representa “não só uma homenagem ao pensador Ailton Krenak, mas, também, um movimento subtil de admitir a urgência desses e outros ensinamentos, humanos e não humanos.” Segundo o diretor da EA, “usar-se-ão, neste ciclo, diferentes modos de expressão que permitem realçar as diferentes formas de caminhar pelo mundo.

Fazem parte da programação cerca de 15 eventos que vão decorrer entre fevereiro e maio e que são de acesso livre a todos. Através de uma programação intensa e inovadora, pretende-se colocar o foco na urgência de pensar a relação do humano com a natureza, mas, também, com a tecnologia, com a arte e com as políticas de representação e visibilidade correntes.

Consulte a programa completo do ciclo “Pisar suavemente sobre a Terra”, da Escola das Artes

 

Sobre Ailton Krenak

Ailton Krenak é filósofo, pensador, escritor e ativista. Nascido em 1953, é natural da região do vale do rio Doce, na Amazónia. Ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas, promoveu e organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazónia. É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

“Pisar suavemente na terra de forma que, pouco depois de nossa passagem, não seja mais possível rastrear nossas pegadas está se tornando impossível: nossas marcas estão ficando cada vez mais profundas. E cada movimento que um de nós faz, todos fazemos. Foi-se a ideia de que cada um deixa sua pegada individual no mundo; quando eu piso no chão, não é o meu rastro que fica, é o nosso. E é o rastro de uma humanidade desorientada, pisando fundo.” Ailton Krenak, A vida não é útil, 2020

 

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08-02-2023