A Psicologia e os Direitos Humanos: ensino, investigação e intervenção

“Como as guerras se iniciam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que as defesas da paz devem ser construídas”: assim está escrito no preâmbulo da Constituição da UNESCO e é, também, alicerçada nesta verdade que a Faculdade de Educação e Psicologia (FEP), da Universidade Católica no Porto, procura colocar a Psicologia ao serviço dos Direitos Humanos no ensino, na investigação e na intervenção.

Celebrado a 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direito Humanos visa a promoção da defesa dos Direitos Humanos e convida a sociedade a refletir sobre a sua importância e sobre as diversas formas de atuação para a sua defesa e garantia. Mariana Barbosa, docente da Faculdade de Educação e Psicologia, afirma que “a Psicologia, como ciência da mente, tem um papel essencial na prevenção dos conflitos e na promoção dos direitos humanos.”

A Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos, iniciativa conjunta da FEP com a Faculdade de Direito – Escola do Porto e com a Área Transversal de Economia Social, existente desde 2017, e o Mestrado em Psicologia, através de uma unidade curricular inteiramente dedicada à interseção da Psicologia com os Direitos Humanos, são exemplos de como ao nível do ensino a faculdade se tem dedicado ao aprofundamento da temática e à partilha de conhecimento.  

Ao nível da investigação, são exemplos de contributos nesta área a avaliação de impacto do programa de acolhimento da Plataforma de Apoio a Refugiados ou a investigação em torno de áreas como a radicalização, a justiça restaurativa e os processos de reconciliação pós-conflito.

As ações de intervenção, tão essenciais para a promoção da defesa e garantia dos Direitos Humanos, são também uma prioridade para a faculdade, que tem vindo a diversificar as áreas de atuação, contribuindo para uma mais ampla cobertura dos problemas societais: o projeto europeu Safe Zone, que a FEP coordenou a nível nacional, dirigiu-se à capacitação de treinadores e educadores desportivos na prevenção da radicalização e extremismo violento entre os jovens e o Heroic Imagination Project (HIP), um projeto fundado por Philip Zimbardo, professor emérito da Stanford University, e coordenado a nível nacional pela docente Mariana Barbosa, procura prevenir o comportamento bystander e promover comportamentos prossociais em crianças e jovens. Sobre o HIP, a docente da FEP e coordenadora do projeto explica que “parte da premissa de que se conhecermos e estivermos atentos a estas forças situacionais e aos processos psicológicos que nos podem levar ao mal (da desumanização, ao conformismo, à difusão de responsabilidade ou ao efeito bystander), podemos resistir-lhes, dominá-los e contrariá-los: através do ‘treino da imaginação heroica’.”

Ensinar, investigar e intervir são os três verbos que orientam a missão da Faculdade de Educação e Psicologia para a promoção, defesa e garantia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecida a 10 de dezembro de 1948, pela Organização das Nações Unidas.

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15-12-2022